terça-feira, 14 de julho de 2009

Castigar-nos é tudo pegado, ou leva tracinho?


O “I” promete, na edição de hoje, revelar quais os cursos certos. Os cursos com maiores taxas de emprego, os que abrem caminho para as profissões melhor remuneradas… por aí… e saltemos entretanto para outra notícia que também merece destaque de primeira página em quase todos os diários desta terça feira… as notas dos exames de português do 9º ano. Cerca de 30% dos alunos teve nota negativa, o que equivale a uma subida para o dobro, em relação ao ano passado, do número de notas negativas a português. Diz o “JN”, que a Associação de professores de Português se mostrou já preocupada com estes resultados e acrescenta ainda o jornal que o secretário de Estado da Educação considera estes resultados como – citemos – “uma oscilação aceitável.”

No desenvolvimento da notícia, o “JN” acrescenta que , estes resultados correspondem, no mais rigoroso respeito pelas regras matemáticas, a 70% de notas positivas, o que, dito assim , até já soa menos preocupante… Mas, a verdade também é que, 30% dos alunos do 9º ano de escolaridade obrigatória teve negativa. Não lhe falta assim tanto para chegar aos 50%... o mesmo é dizer que, quando chegar a hora da grande decisão… a hora em que – como diz o “I”, haverá que escolher o tal curso certo e depois, ainda mais importante e decisivo, a hora de se candidatar ao tal empregozinho bem remunerado… há uma forte possibilidade de 30% dos candidatos não estar à altura de preencher sequer um currículo vitae num português minimamente decente.

Mas, para o que interessa, vale entretanto a opinião da ministra Maria de Lurdes Rodrigues… “a larga maioria dos alunos teve nota positiva, tanto a português como a matemática” e que isso – estamos a citar – “nos deve encher de orgulho.”

É também e ao mesmo tempo uma grande lição de humildade… contentemo-nos com uma positivazinha, um rés-vés campo d’ourique e não mais que isso…não vá deus castigar-nos!...

Castigar-nos é tudo pegado, ou leva tracinho?


E saímos, por onde entrámos. Pela primeira do jornal “I”*

È matéria a merecer chamada de capa e duas páginas de texto na edição de hoje.

“Póquer clandestino em Lisboa.”

Diz o título: “Fomos a uma sessão de póquer clandestino.”

E diz que falam numa linguagem técnica, para que quem não jogue não perceba. E diz que são médicos e empresários e altos quadros, que se reúnem uma vez por semana, numa loja por arrendar, bem no centro de Lisboa, para jogar póquer a dinheiro e às escondidas.

“O I esteve lá”… remata a chamada de capa.

Esteve lá e diz que foram 4 horas e meia de jogo e que, quem passa na rua só vê luzes acesas lá dentro e nunca pode desconfiar do que se passa; que lá dentro estão mais de 20 homens, a jogar às cartas clandestinamente. Diz também que uma rusga da policia, num clube de bridge, não assustou estes jogadores, que se limitaram a mudar de sítio, para continuarem a jogar.

A questão curiosa e puramente académica é esta… e deixem que cite um provérbio popular português: “tão ladrão é o que vai à horta, como o que fica à porta”, neste caso, não tanto para ver quem vem, mas mais para contar como foi.



* Sacana de nome que arranjaram para dar ao jornal, porra! Já repararam que, quando lêem: "jornal I" (o jornali...) soa sempre como se estivessem a imitar um alentejano a falar?

Sem comentários: