Ainda na sequência do sismo em Itália, diz hoje o Público que o hospital de Aquila não tinha licença de habitação e que, por isso mesmo, será um dos primeiros alvos das investigações. Se bem se lembram, em Aquila, soube-se entretanto que uma boa parte das derrocadas se ficou a dever à má construção dos edifícios. Em Aquila, uma em cada duas casas ficou inabitável… Uma das preocupações neste momento é não deixar que a Camorra tome conta da reconstrução da cidade. Num artigo no República, Roberto Saviano, autor do livro Gomorra, que já foi até adaptado ao cinema… pois diz Roberto Saviano, aliás sublinha este facto curioso. Desde há anos que a máfia controla o sector do cimento na região e foi justamente a prisão de Aquila, onde estão detidos os chefes investidores do sector das cimenteiras, aquele que sofreu menores estragos, com o terramoto. Diz ainda que isso explica a forte presença da máfia na região, seja porque os chefes da Camorra empresarial estão quase todos detidos na prisão de Aquila, seja porque, e agora mais que nunca, a cidade precisa de obras de reconstrução.
E agora Queens. O bairro nova-iorquino de Queens. Deveria dizer a paróquia de Queens. Que foi justamente na igreja que tudo se passou. Diz o DN, que 7 lideres religiosos de uma igreja de Queens foram acusados de montar uma fraude, para extorquir dinheiro aos paroquianos mais idosos. Assim sendo e pelas contas entretanto apuradas, esses 7 padres terão conseguido juntar 12 milhões de dólares… O jornal não explica que género de fraude terá sido montada, mas se fala em burla, depreende-se que o dinheiro não tenha sido roubado de nenhuma caixa de esmolas, que aí, ninguém pode falar de burla, tanto como não espera decerto que o dinheiro vá mesmo para o santo patrono da caixa em questão.
Descendo no mapa, tropeçamos nesta polémica, que se agita já em cima da linha da fronteira com o México.
O caso tem a ver com uma campanha publicitária de uma conhecida marca de hambúrgueres… uma campanha que indignou as autoridades mexicanas e já fez mesmo o embaixador mexicano em Madrid pedir à empresa que cancele a campanha, por considerá-la injuriosa, para a imagem dos mexicanos no mundo.
Ora, a campanha anuncia um tipo de hambúrguer que, alegadamente, junta norte-americanos e mexicanos, como se estivessem unidos pelo destino, neste caso, unidos pelo destino, enquanto comedores de carne picada no pão. Calcula-se que, a sanduíche em questão, traga eventualmente umas malaguetas, ou qualquer outra especiaria, que remeta o consumidor para um qualquer universo, ou imaginário mexicano, seja lá isso o que for… Mas o que parece indignar as autoridades mexicanas nem será o slogan: “Unidos pelo Destino”, nem tão pouco a iguaria em si. O que deve estar a indignar o México é justamente a fotografia do anúncio…
Encostados a uma vara, onde se costumam estacionar os cavalos, dois homens encostam-se, em pose para a fotografia. Um deles é norte-americano. Mais não podia ser, vestido à cowboy, mão na cintura, segurando o cinto de balas, pose confiante. Ao lado, um sujeito para o gordito e baixinho chega pelo peito do cowboy. Veste uma espécie de poncho, ou baby-grow, ou por aí … com as cores da bandeira nacional do México. Aliás, a fatiota é a própria bandeira mexicana, enfiada pela cabeça… para que não restem dúvidas… de quem é quem… o alto e desempoeirado é o texano, o baixinho vestido á palhaço - que em verdade é com o que mais se parece no cartaz - é o mexicano.
Isto é a leitura que as autoridades mexicanas fizeram do cartaz e da campanha. Agora e se fosse ao contrário?... Porque não!? Quem garante, que o desempoeirado não é um mexicano vestido à cowboy e pequenitote um texano vestido à palhaço?!...
Palhaçada! Vamos por aí.
Temos então a Ordem dos Farmacêuticos contra a abertura de farmácias privadas, em hospitais públicos. A denúncia surgiu ontem, em forma de comunicado e reacção à abertura da farmácia do Hospital de Santa Maria. Uma farmácia que vai estar aberta ao público 24 horas por dia e que até, segundo consta, se propõe fazer descontos sazonais, em medicamentos e produtos cosméticos. O dono desta recém inaugurada farmácia espera atender 1500 pessoas por dia. O estabelecimento está situado junto às urgências do Santa Maria e é o maior espaço do género, até ao momento em Portugal. Pois a Ordem dos Farmacêuticos está frontalmente contra. Não só contra esta, mas contra todas as outras, que se inaugurem entretanto – e a ministra Ana Jorge, da Saúde, já prometeu que a próxima será no hospital de Faro, já no segundo trimestre deste ano…
Para a Ordem dos Farmacêuticos, farmácias deste tipo são desnecessárias em termos de benefício público – foi assim que falou a bastonária da Ordem Elisabete Faria – e também lesivas das farmácias de bairro, próximas do cliente e integradas na comunidade. Diz ainda a bastonária, que o processo de abertura sempre foi pouco claro e que o governo avançou com a medida contra a opinião da Ordem dos Farmacêuticos… por isso há uma queixa pendente na Comissão Europeia, subscrita pela Ordem.
Porque, como vimos, é pouco claro, por exemplo, que percentagem as farmácias vão pagar aos hospitais onde se instalarem… bom aqui e no caso, por exemplo de Faro, vai ser 26% da facturação… depois, o outro argumento, o de que as farmácias hospitalares abertas 24 horas por dia vão arruinar as farmácias de bairro… especialmente aquelas que estão abertas às 4 da manhã para atender o público sem taxa suplementar de serviço nocturno.
De resto, o receio é perfeitamente legítimo. Do mesmo se queixava o merceeiro do meu bairro, quando lhe abriram um supermercado, dois quarteirões abaixo da loja dele. Coitado do senhor Mário! Era o nome dele…
E agora flores! Girassóis.
Dizem os jornais que a Câmara de Lisboa se prepara para plantar girassóis, num terreno devoluto e cheio de lixo e ervas que há ali para os lados de Campolide. Será coisa provisória, segundo o vereador Sá Fernandes. A seu tempo, os girassóis serão arrancados, para dar lugar à plantação de trigo ou cevada. É o que está aqui escrito, no DN!
Diz o vereador, que a ideia é aproveitar o sítio e torná-lo aprazível para o passeio e o regalo da vista. A custo zero, defende o vereador. Enfim, a custo zero, zero, zero… mesmo, não será! As flores hão-de custar dinheiro, haverá que regá-las, ir limpando o sítio… despesas de manutenção… por aí.
Acontece entretanto que, os moradores vizinhos desse terreno, estão divididos quanto à ideia. Uns louvam a iniciativa, que lhes vai alindar a vizinhança e resgatar o baldio da triste e suja sina a que parecia condenado. Qualquer solução seria melhor, que deixá-lo ao abandono, a encher-se de lixo e ervas ruins… Para outros, esta é uma péssima ideia. Porque vai-se gastar muita água na rega e porque os girassóis vão encher o ar de pólen, o que alegada e supostamente é mau.
Talvez haja uma insuspeita concentração de gente, com alergias e febre dos fenos, na freguesia de Campolide, que justifique o alarme e a denúncia… Pode ser.
E, já gora, lembram-se daquele Natal – era na altura Santana Lopes o presidente da Câmara - em que foram distribuídos, pela baixa de Lisboa, altifalantes tocando música de natal?... Passadas as festas, a música ainda ficou por mais algum tempo e não faltaram logo vozes indignadas, contra o incómodo, exigindo o rápido silêncio da musiqueta. Que fazia confusão, que era poluição sonora, que não fazia sentido, música nas ruas… Imaginem agora se, com a música, o autarca tivesse mandado espalhar vasos com girassóis, pela rua Augusta! Havia de ser bonito. Tínhamos um outro 25 de Abril, quase certo
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