quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

estrondosamente, em cheio!

É notícia no JN e vem de Estarreja.

Eram umas 11 e meia da noite, no relógio da igreja de Fermelã, quando alguém deu com a misteriosa e muito suspeita caixa, abandonada nas escadarias da igreja. Foi anteontem. O jornal não vai ao pormenor de revelar a identidade de quem tropeçou no insólito achado. Nem lhe descreve o susto, mas garante que o alerta seguiu logo para a GNR, que tomou conta da ocorrência e mandou, de Viseu e de imediato, a Equipa de Inactivação de Engenhos Explosivos Improvisados… que isto já há especialização para tudo. Neste caso, a especialidade são os explosivos improvisados, vulgo, bombas artesanais.

E é disso que se trata, ou pelo menos era isso que se temia.

Àquela hora, nas escadas de uma igreja, abandonada e suspeita, aquela pequena caixa só podia conter uma bomba pronta a explodir. Foi essa a suspeita de quem tropeçou nela e esse o alarme que seguiu para o quartel da Guarda Republicana.

O JN cita um responsável da GNR, que justifica a operação com casos recentes. Por exemplo, a apreensão de armas e de uma granada, na região em causa… faz algum sentido, ou então, com este outro, da explosão de uma rebarbadora, que provocou a amputação de uma das mãos da vítima. E aqui é que já mais dificilmente se percebe a relação causa efeito… ou seja, que relação pode haver entre a explosão de uma rebarbadora, uma ferramenta electromecânica, e a explosão, ou ameaça de explosão, de uma bomba, mesmo de fabrico artesanal e caseiro, eventualmente abandonada, ou posta de propósito, nas escadarias de uma Igreja, pela calada da noite?!.... Será esse o sinal com que o terrorismo internacional, ou outro qualquer mais caseiro, se faz anunciar, rebentando rebarbadoras e berbequins, antes de avançar para acções mais espectaculares, como explodir arranha-céus, ou pequenas igrejas? … Não consta, que a rebarbadora de que se fala tenha sido explodida à bomba.

Segue depois a noticia, explicando que a Brigada de Inactivação de Explosivos Improvisados montou o perímetro de segurança , fez os testes habituais em situações semelhantes, radiografou a suspeita caixa e concluiu que lá dentro, em vez de explosivos, o que se encontrava eram chocolates. Pequenas bombinhas de chocolate, vulgarmente chamadas bombons. E de uma marca bem conhecida, aliás, o que para o caso, é absolutamente irrelevante. Remata o JN dizendo que, em face do que ficou revelado através dos raios X, a policia achou que não valia a pena rebentar o embrulho.

Consta também, que os bombons em causa já estavam fora do prazo, o que os tornava incomestíveis. Pelo que, se os tivessem feito saltar pelos ares à bomba, sempre se ganhava um belo e espectacular final para uma noite, que, segundo o JN, pareceu tirada de um filme.

Claro que a policia fez rigorosamente o que tinha de fazer, na situação que se lhe apresentava. A pessoa que fez a denúncia e lançou o alarme também terá cumprido o seu papel de cidadão responsável e atento… O patético de tudo isto é que, ou alguém inadvertidamente deixou cair uma caixa de bombons nas escadarias da igreja de Fermelã em Estarreja e alguém que passou julgou logo que era uma bomba…

Ou alguém, sabendo que os bombons já estavam fora do prazo, deitou fora a caixa para o chão, sem cuidado, abandonando-a onde calhou, no caso, as escadas da igreja… e isto não é distracção, é falta de educação…

Ou então, conhecendo bem a paróquia em que vive, alguém se quis divertir, a ver se alguém caía no embuste e tomava a caixa de bombons por uma ameaçadora bomba artesanal e se montava logo ali um aparato enorme para animar a noite e a freguesia…

Se foi essa, a ideia… Acertou em cheio.

Estrondosamente, em cheio.

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