É uma breve no Diário de Notícias, que cita por seu lado o jornal on line Portugal Diário, e tem a ver com a campanha de promoção turística dos Açores, que por estes dias e até 25 de Janeiro está montada em vários espaços públicos de Lisboa. É difícil não dar por ela. Pelo menos pela enorme baleia sintética, que mergulhou em plena rotunda do Saldanha, ou o campo de golfe improvisado na praça dos Restauradores, ou, no caso que provoca a notícia, as 9 vacas cercadas na relva da Praça de Espanha. Cercadas no sentido que têm uma frágil cerca a delimitar-lhes o território onde foram colocadas, no passado dia 19, dia do arranque da campanha e que por lá irão ficar, ao relento que houver e até dia 25. Os protestos dos militantes da defesa dos animais já se ouvem. O jornal fala mesmo em revolta de algumas pessoas, contra as condições a que os animais estão expostos. Ainda mais com o tempo que vai fazendo. Frio, chuva e vento, uma invernia com todos os matadouros, esta!...
Pois diz Miguel Moutinho, da Associação Animal, que é um absurdo, a colocação de um pasto improvisado em plena praça de Espanha, no meio daquele trânsito frenético e ininterrupto.
Para esta têm, os responsáveis pela campanha, resposta… A “Brand Builders” – à letra : construtora de marcas - a consultora responsável pela campanha garante que os animais estão habituados à confusão do trânsito, mas que, ao primeiro sinal de stress, serão imediatamente retirados para sitio mais sossegado. Será que fica o espaço devoluto, ou substituem-se estas de carne e osso, por umas … ia a dizer de papelão, mas com esta chuva, é capaz de não ser boa ideia.(?)
Adiante. Adiante, que Miguel Moutinho faz ainda questão de lembrar que, para além do stress que este aparato pode provocar nos animais, há ainda as tais condições agrestes do tempo e mesmo o pasto que lhes arranjaram deixa muito a desejar, neste jogo de faz de conta. Porque afinal é mesmo um jogo de faz de conta. A baleia é sintética, o campo de golfe é de faz de conta e as vacas, apesar de carne e osso, são da Moita. Ou seja, dos Açores provavelmente nem nunca ouviram falar, nem sabem sequer se lá terão ainda alguém de família… A verdade é que poderia ter-se optado por colocar 9 vacas de faz de conta também, a fingir que pastam na praça de Espanha. Uma vez mais os mentores da campanha garantem que, no seu habitat natural, estas vacas da Moita estão habituadas a viver e dormir ao relento, faça chuva ou faça vento. Mas uma vez mais a resposta fica curta, para a questão que se deixa em aberto… E ela é esta: Porque é que só as vacas é que são verdadeiras?! Porque é que não se arregimentou também alguns voluntários, da Moita do Ribatejo, ou de Salvaterra de Magos, para jogar golfe nos Restauradores?!... E porque é que não se tirou a estátua do duque de Saldanha lá de cima daquele pedestal velho e sujo e não se abriu uma piscina para uma baleia verdadeira?! Não precisava de ser um espécime autóctone dos Açores. Na Moita talvez não haja baleias… em Salvaterra não as há de certeza, mas com um pequenino esforço haveria de se encontrar uma baleia, para levar a banhos para a rotunda do Saldanha. Essa, pelo menos da chuva, não se haveria de queixar. Mais água menos água, o que é isso para uma baleia ?...
Voltando á vaca fria. Ou, no caso, às vacas postas ao relento da Praça de Espanha…
Sabem porque é que os cães comem ossos?
Porque os bifes… como-os eu!
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