quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

D.Pedro era gago! E isto é histórico.

Esta história podia resumir-se em menos palavras ainda, das que foram precisas para redigir o título da notícia. E o título o que diz é que – "Ministra lésbica para governar islandeses”. Vem no Diário de Notícias. Podia resumir-se em menos palavras, mas não seriam, talvez as mais apropriadas para a circunstância.

Vamos à notícia. O presidente da república da Islândia – e depois da demissão do governo de centro direita – pediu à esquerda para governar o país até Maio e às próximas legislativas. Citando a France Press, o DN diz que o chefe do estado islandês se reuniu com os líderes dos vários partidos e acredita que se pode, rapidamente, formar um Governo com os sociais-democratas e os Verdes. A presidente dos sociais-democratas já avançou um nome para chefiar esse governo. É a ministra dos Assuntos Sociais. Chama-se Johanna Sigurdardottir e, a confirmar-se esta nomeação, escreve o DN, será a primeira vez que os islandeses têm no lugar de primeiro-ministro uma mulher e lésbica assumida, que casou com outra mulher há 7 anos. Falta saber o que os Verdes dizem desta proposta, remata entretanto o Diário de Notícias. Enfim, rematar, não é o caso, que a notícia segue ainda com mais alguns pormenores de circunstância, como o cenário da contestação popular, a posição da Islândia face à União Europeia e a luta entre os partidos na corrida ao poder… Mas para o que conta, chega o que ficou dito. E o que ficou dito e anunciado logo à partida e em letra gorda é que a Islândia pode vir a ter uma mulher lésbica como primeira-ministra.

Se se tivesse escrito que a Islândia pode vir a ter uma lésbica assumida como primeiro ministro… talvez se compreendesse. O assumir dessa circunstância sexual poderia ser novidade e merecer sublinhado em título. Acontece que de novidade não tem nada, já que a senhora, ao que consta e já era sabido, vive casada há 7 anos com outra mulher.

O facto de ser lésbica torná-la-á especialmente apta ou incapaz para a função que se anuncia?... Não consta que haja provas científicas que o assegurem. O facto de ser lésbica prenuncia que, no futuro, quando se falar do primeiro-ministro da Islândia, as pessoas vão dizer… ah! Essa!... Ou o jornal acha que todos diferentes todos iguais, mas, uns menos iguais que os outros?...

Puxar para título a circunstância de Johanna Sigurdardottir ser lésbica e eventualmente vir a ser também chefe do governo islandês… fazer-se este casamento à pressa, ou se quisermos esta união… de facto não será antes um sinal, subtil, mas preocupante de alguma homofobia escondida, com o rabito de fora?...

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