Vem no Diário de Notícias, logo nas primeiras páginas, entre o editorial, uma coluna de opinião e por cima das cartas dos leitores. As fotos. As fotos que, por qualquer razão de actualidade, ou insólito, merecem o destaque, com e sem legenda…
E então fixemo-nos só nestas duas, já que estão publicadas lado a lado. Primeiro, a legenda: "o bombardeamento do exército israelita destruiu uma casa perto de Khan Yunis, cidade do sul da Faixa de Gaza. Após a operação militar, em retaliação pelo lançamento de rockets contra Israel, os palestinianos procuraram salvar alguns dos bens que existiam na casa. Uma parabólica – instrumento essencial para manter a ligação ao mundo exterior – estava entre as coisas que os dois jovens recuperaram das ruínas da casa.”
E é bem verdade! Lá estão eles, um de cada lado, segurando a tal antena parabólica de que fala a legenda. Levam-na com esforço por entre os destroços da casa em ruínas. Bocados de paredes derrubadas, pedras, lixo, ferros retorcidos…
O título que resume esta fotografia diz que é o Instinto.
Ora, e a outra fotografia, a que está colada, portas meias com esta primeira…
Aqui o título diz que… “Lá fora”. E isso já é vago quanto baste, para não comprometer ninguém. Agora, a propriamente dita fotografia. É bastante pequena, diga-se já em avanço e esclarecimento. Quase tão pequena como o próprio fotografado. E o fotografado é um cão. Um pequeno Chihuaha. A imagem de um pequeno Chihuaha, reflectida no retrovisor lateral de um automóvel. Um automóvel estacionado em parte incerta de um qualquer país… lá fora. E a legenda…”Nem tudo é desgraça no mundo. Que o diga este cão, calmamente no carro à espera do dono.”
Ora, presume-se que o dono do cão não seja nenhum dos jovens, que carrega a parabólica da fotografia ao lado… Calcula-se também que o tal enunciado, de nem tudo serem desgraças, ter eventualmente a ver com – agora sim – a fotografia do bombardeamento israelita na faixa de Gaza… Enfim, calcula-se. Que, certo, certo é que a colagem não só parece, como é, de facto, um bocado forçada e de gosto duvidoso… Isto, já dando de barato que – ao contrário do que escreveu o jornalista… "que o diga este cão” – diz ele… pois bem, meu caro, os cães não falam.
E já agora, logo acima outra fotografia. Estranha esta. Não tanto pela imagem, que poderia ser um terminal de carga de um qualquer armazém, ou aeroporto… mas mais pela legenda que a explica. O sítio é o centro de exposições de Genebra, na Suíça. E fica, de facto, próximo do aeroporto e foi aí que as autoridades helvéticas ( esta palavra lembra-me sempre ovos cosidos, não sei porquê? Adiante..) foi aí que a policia montou estes caixotões de madeira que a fotografia mostra e que se parecem mesmo com contentores. E é o que são, só que em madeira, valha-nos isso. E valha-nos isso porque o destino que os espera é guardar lá dentro bem fechados e sossegadinhos os que se portarem mal durante o europeu de futebol. Nem mais. Contentores de madeira com capacidade para umas 8 pessoas. 54 contentores de madeira alinhados no centro de exposições de Genebra à espera dos mal comportados, dos hooligans.
O chefe da polícia de segurança internacional de Genebra disse que é preciso tomar atenção que os adeptos de países antagonistas devem ficar isolados uns dos outros, bem como os homens separados das mulheres. Disse também que nas cidades vizinhas de Basileia, Berna e Zurique, o problema será resolvido pondo os mal comportados na prisão normal, com grades e tudo só que em Genebra, segundo o oficial, se optou por uma abordagem mais latina, para resolver o problema.
Pois, na Suíça não sei, mas aqui na nossa Latina Europa, quem fizesse a um cão – por exemplo ao chihuaha da outra fotografia, o que Genebra está a pensar fazer aos hooligans, tinha logo a Protectora dos Animais à perna.
E o vinho. É o resultado de um estudo da Universidade de Harvard, da faculdade de medicina. Melhor ainda, de David Sinclair, cientista da faculdade de medicina da Universidade norte americana de Harvard. E diz que as experiências com ratinhos provaram que um copo de vinho é a receita para uma longa vida. Para um coração jovem.
Já se sabia que os ratinhos viviam mais tempo quando passavam fome. Depois desta experiência verificou-se que o coração batia mais contente, aconchegado por um copo de vinho tinto. Mas no sentido literal e científico da expressão, sem poesia nem metáfora.
Diz em resumo a noticia que uns 4 copos de vinho se aproximam da quantidade eficaz.
Agora, juntemos estas duas conclusões e vejamos o que pode dar… ratinhos sem comer vivem mais e diz que com um copinho de vinho tinto ainda melhor… Ora bem talvez vivam mais, mas não devem é dar por isso, que … um copinho de vinho sem nada no estômago… é tiro e queda, como se costuma dizer.
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