E a verdade é que a notícia é breve e vem já quase a cair da página para fora, na direita baixa do Diário de Notícias de hoje. E diz assim: “Católica contrata António Vitorino”.A católica, de que se fala é a Universidade Católica de Lisboa e a personagem é o ex-ministro, ex-deputado, ex-comissário, advogado e actual comentador político da RTP. Esse António Vitorino. Que, segundo o Diário de Notícias, acaba de ser contratado para – calcula-se que – para dar aulas na Universidade Católica de Lisboa.
Não que estivesse desempregado, que não é o caso, como se viu. Para além dos comentários políticos semanais, António Vitorino integra actualmente um escritório de advogados… O que se passa é que terá havido entretanto um divórcio. Nada litigioso, ao que parece. Acontece que António Vitorino não é doutor, nesse sentido de ter completado um doutoramento académico. Nesse sentido, não é. O que tem é um mestrado. Mestrado concluído na Universidade Clássica. Na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Foi aí que cursou, se licenciou, fez o mestrado e acabou a dar aulas desde então. Desde sempre.
Ora acontece que, com as qualificações académicas que tem, António Vitorino não poderia chegar a Professor. Professor catedrático, claro. O grau académico de António Vitorino condenava-o a ser apenas – e este apenas advém do público descontentamento e insatisfação manifestados pelo próprio. O mestrado de Vitorino condenava-o então a ficar-se pelo grau de assistente.
E chegamos ao anunciado divórcio de que fala o DN. O divórcio entre o dirigente socialista e a velha faculdade onde se formou e desde sempre ensinou … A ruptura aconteceu, explica o jornal, pelas razões que já vimos. Porque, com o mestrado, nunca haveria de chegar a professor na Universidade Clássica de Lisboa. E terá sido por isso, que António Vitorino resolveu trocar a velha escola pública pela Universidade Católica Portuguesa. Instituição respeitada e ela também com história. "Projecto antigo da Conferência Episcopal Portuguesa, iniciado em 1967, a Universidade Católica Portuguesa afirmou-se ao longo destes anos pela qualidade do seu ensino, pela exigência da sua formação, pelo prestígio dos seus professores, pelos importantes quadros dirigentes que formou, que se afirmam não apenas no país mas também no estrangeiro." É o que se lê, no site oficial da Católica, na Internet… Mas isso, para o caso não interessa. Para o que interessa é que António Vitorino se mudou da Clássica para a Católica, alegadamente porque na Clássica nunca haveria de chegar a professor e pelas razões que já vimos. Acontece que, ao que consta, Vitorino queria mesmo ser professor catedrático. O suficiente pelo menos para abandonar a velha escola onde se formou e trabalhou desde sempre.
Queria, com a força de quem se dispõe mesmo a calar os afectos e a voz do coração. E foi para a Católica.
Ora e porquê? Porque na Católica já pode chegar a professor, mesmo sem o doutoramento?...
Porque na Católica vai ter mais tempo para se doutorar e depois, quem sabe, voltar à Clássica e resgatar o sonho e a saudade?...
Porque desistiu de ser professor e resolveu ser simplesmente assistente, mas na Católica, enfim, por razões que só ao próprio dizem respeito… ou porque vai ganhar melhor, ou porque, longe da vista longe do coração, talvez um ambiente diferente, outros colegas, caras novas, novos horários o ajudem a esquecer o desgosto de não ser professor catedrático na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa? …
São demasiadas questões para uma notícia tão breve e tão parca de pormenores, que ajudem ao esclarecimento.
Demasiadas questões, para uma notícia tão pouco interessante.
Não que estivesse desempregado, que não é o caso, como se viu. Para além dos comentários políticos semanais, António Vitorino integra actualmente um escritório de advogados… O que se passa é que terá havido entretanto um divórcio. Nada litigioso, ao que parece. Acontece que António Vitorino não é doutor, nesse sentido de ter completado um doutoramento académico. Nesse sentido, não é. O que tem é um mestrado. Mestrado concluído na Universidade Clássica. Na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Foi aí que cursou, se licenciou, fez o mestrado e acabou a dar aulas desde então. Desde sempre.
Ora acontece que, com as qualificações académicas que tem, António Vitorino não poderia chegar a Professor. Professor catedrático, claro. O grau académico de António Vitorino condenava-o a ser apenas – e este apenas advém do público descontentamento e insatisfação manifestados pelo próprio. O mestrado de Vitorino condenava-o então a ficar-se pelo grau de assistente.
E chegamos ao anunciado divórcio de que fala o DN. O divórcio entre o dirigente socialista e a velha faculdade onde se formou e desde sempre ensinou … A ruptura aconteceu, explica o jornal, pelas razões que já vimos. Porque, com o mestrado, nunca haveria de chegar a professor na Universidade Clássica de Lisboa. E terá sido por isso, que António Vitorino resolveu trocar a velha escola pública pela Universidade Católica Portuguesa. Instituição respeitada e ela também com história. "Projecto antigo da Conferência Episcopal Portuguesa, iniciado em 1967, a Universidade Católica Portuguesa afirmou-se ao longo destes anos pela qualidade do seu ensino, pela exigência da sua formação, pelo prestígio dos seus professores, pelos importantes quadros dirigentes que formou, que se afirmam não apenas no país mas também no estrangeiro." É o que se lê, no site oficial da Católica, na Internet… Mas isso, para o caso não interessa. Para o que interessa é que António Vitorino se mudou da Clássica para a Católica, alegadamente porque na Clássica nunca haveria de chegar a professor e pelas razões que já vimos. Acontece que, ao que consta, Vitorino queria mesmo ser professor catedrático. O suficiente pelo menos para abandonar a velha escola onde se formou e trabalhou desde sempre.
Queria, com a força de quem se dispõe mesmo a calar os afectos e a voz do coração. E foi para a Católica.
Ora e porquê? Porque na Católica já pode chegar a professor, mesmo sem o doutoramento?...
Porque na Católica vai ter mais tempo para se doutorar e depois, quem sabe, voltar à Clássica e resgatar o sonho e a saudade?...
Porque desistiu de ser professor e resolveu ser simplesmente assistente, mas na Católica, enfim, por razões que só ao próprio dizem respeito… ou porque vai ganhar melhor, ou porque, longe da vista longe do coração, talvez um ambiente diferente, outros colegas, caras novas, novos horários o ajudem a esquecer o desgosto de não ser professor catedrático na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa? …
São demasiadas questões para uma notícia tão breve e tão parca de pormenores, que ajudem ao esclarecimento.
Demasiadas questões, para uma notícia tão pouco interessante.
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