quinta-feira, 29 de maio de 2008

Os precários. Os trabalhadores precários...
Não que sejam instáveis, inseguros, difíceis, minguados, pobres, incertos… como define o dicionário, que tenho aqui à minha frente. Portanto, o que temos aqui são trabalhadores com contractos precários. Esses sim, os contractos é que são minguados de difíceis, incertos e inseguros. E é disso que se fala. Que falou, aliás, o ministro Vieira da Silva, do Trabalho. Ontem, durante o debate de urgência sobre o Código de Trabalho, o ministro reafirmou, conta o Público, a intenção de regularizar a situação dos funcionários públicos com contractos precários.
Disse o ministro – e citemos – que "o Governo honrará o compromisso face ao trabalho precário também na contratação pública. Onde haja um posto de trabalho permanente, cumprirá a lei".
Foi esta a resposta à interpelação de um deputado, que queria saber se o Estado português, neste caso, o Governo português estaria disposto a dar o exemplo, no combate ao trabalho precário. O ministro respondeu como vimos, o que, a querer dizer alguma coisa, poderá querer dizer que o Estado está, sim senhor, disposto a dar o exemplo e a integrar nos quadros os mais de cem mil trabalhadores que tem a recibo verde. Isto, claro está, e como percebemos, se e onde houver um posto de trabalho permanente. Aí cumprir-se-á a lei. Exemplarmente, o que quer dizer que se espera que os empresários privados façam o mesmo.
Depois, alguém acusou o ministro de facilitar os despedimentos individuais. Ao que o ministro respondeu que, o ministério que dirige assume a responsabilidade de “propor soluções que limitam as desigualdades sociais, reforçam o papel dos sindicatos e permitem o desenvolvimento e a competitividade das empresas”. Em bom rigor, quem acha que se o ministro tivesse respondido exactamente o oposto, seria menos vago e mais convincente?...

E a excelência!
As negociações com os sindicatos começam hoje, dizem os jornais, mas a proposta do ministério da educação prevê que, nas avaliações aos professores, apenas 10% consiga atingir o escalão de Excelência. Ao patamar logo a seguir, o de muito bom, só 25% dos professores conseguirá chegar, segundo as contas que se vão fazendo.
E isto é dito com o tom de quem se lamenta. Como se ter um professor excelente, em cada dez, fosse coisa pouca. Como ter 25% do corpo docente classificado como de muito boa qualidade fosse pouca coisa.
As palavras têm o seu peso e valor próprios. Para além disso e apesar de todas as dissemias, têm significado próprio. E quando se diz que qualquer coisa é excelente, diz-se que melhor é quase impossível. É pôr a fasquia onde só os campeões lhe chegam. Isso para nós, ao que parece, é pouco!
Seria pouco também - e no caso seria então mesmo quase uma vergonha - se em Portugal não houvesse um único professor a alcançar a excelência, nem o muito bom. Nem um único e que todos, todos sem excepção, fossem simplesmente e apenas bons professores.
Claro que é de progressão nas carreiras que se fala, quando se denuncia esta espécie de numerus clausus da qualidade de ensino… A progressão na carreira, com o respectivo reconhecimento da qualidade e da responsabilidade do profissional. E isso implica, obviamente melhores vencimentos e isso é matéria sensível para todo o mundo. Mas também parece evidente para todo o Mundo, que a excelência da qualidade profissional de cada um é pormenor de importância relativamente vaga e quase retórica, nos dias que correm…
Ou seja, não é bem por aí, ou, não forçosamente.

Adiante. O acordo foi assinado por mais de cem países.
Cento e nove países assinaram ontem em Dublin, o projecto de tratado que vai proibir de vez as bombas de fragmentação. São contentores que se abrem ao ser largados e espalham centenas de mini bombas de uns 20 quilos cada uma…Estão por aí, espalhadas pelo chão de muitas guerras, prontas a explodir aos pés dos mais incautos.
O acordo assinado ontem, ao fim de 10 dias de duras negociações, prevê que os Estados signatários se comprometam a nunca, em qualquer circunstância, utilizar bombas de fragmentação, ou a desenvolver, produzir, adquirir, armazenar, conservar ou transferir para qualquer outra parte, directa, ou indirectamente, este tipo de bombas.
Diz-se ainda que nenhum Estado deve encorajar, ajudar, ou incitar alguém a qualquer actividade proibida, em função desta convenção.
A assinatura formal do documento está agendada para 2 de Dezembro em Oslo.
Ora a notícia diz entretanto também que nem todos estarão contra estas bombas… Ou seja, de fora deste compromisso ficaram os Estados Unidos, China, Rússia, Índia, Paquistão e Israel… os 5 países principais produtores de bombas de fragmentação.
Fica para que conste.
E em tom de alerta, os serviços secretos norte americanos avisam as agências que a Al Qaeda de Bin Laden se prepara para atacar o Ocidente com armas químicas, nucleares e biológicas.
A Agência Reuters recebeu o recado e espalhou-o para o mundo. Diz que o FBI está sempre de olho na rede. Na de Bin Laden e na outra – a Internet e em particular os sites islamitas. E terá sido então num desses sítios que os agentes do FBI terão dado com um vídeo da Al Qaeda, onde se incitam os guerrilheiros do chamado fundamentalismo islâmico a usar essas armas (biológicas, químicas e nucleares) para atacar países ocidentais.
Diz que o vídeo deve estar hoje disponível na Internet para que todos o vejam… Diz também que não há uma ameaça directa, ou quaisquer provas de que a Al Qaeda tenha armas de destruição em massa, mas que, de qualquer forma, foi enviado um alerta às agências de segurança, para advertir que o vídeo está a caminho.
Tudo assim vago, impreciso, assustador, como o terror gosta.
E como repararam, o alerta não fala em bombas de fragmentação, que com essas, e apesar de mais de 100 países a quererem riscadas de todos os arsenais do mundo… com essas pode o Ocidente ficar descansado, que costumam sempre cair para outras bandas… Iraque, Afeganistão, Líbano, Laos, Bósnia. Diz-se que 5 a 30% dessas bombas não explodem quando chegam ao chão… Explodem mais tarde e em 85% dos casos acabam por atingir civis e em 25% dos casos acabam por atingir crianças.

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