quarta-feira, 21 de maio de 2008


E valha-nos Santa Tecla!
Diz assim, o título do Jornal de Notícias: “Manifestação contra o tráfico de droga.” A negro, como a situação pede e justifica.
Os moradores do bairro de Santa Tecla, em Braga, continua o sub título, afirmam que o negócio se faz dia e noite sem parar e acusam a Polícia e a Câmara de nada fazerem.
Foi por isso que os moradores de Santa Tecla saíram ontem à rua, em manifestação de protesto. Uma moradora do bairro, entrevistada pelo jornal, diz que nunca viu tanta miséria, nem tanta droga no bairro de Santa Tecla…
E depois a fotografia que ilustra a notícia e o protesto. E lá vem a frase estafada, das imagens e das mil palavras… só que, neste caso, a imagem traz, isso sim, alguma perplexidade à história. É que, na fotografia, o que se vê são algumas crianças em protesto, sim senhor, isso percebe-se pelos braços levantados, pelos punhos cerrados da criança, que surge em primeiro plano e também pelo cartaz que a outra empunha, logo atrás da primeira. Ergue-o bem alto, acima da cabeça para que o mundo veja. Para que o mundo saiba. Para que o mundo veja e saiba o quê?!... Que as crianças de Santa Tecla estão contra a impunidade com que o tráfico de droga se faz no bairro?... Deveria ser, já que é disso que a notícia trata e fala. Mas não. O que se diz no cartaz é outra coisa bem diferente. O que se diz no cartaz, em forma de protesto, aceito, admito… o que se diz no cartaz é que não há droga no bairro!!! O que se lê no cartaz escrito à mão, talvez pelo próprio miúdo que o empunha… ele terá o quê? Uns 13, 14 anos?... O que se lê é isto: “Não há droga no nosso bairro”. “Há” do verbo haver. Estão a ver?...
Diz o miúdo, que não há droga no bairro dele. Será esse o protesto?! A falta de droga em Santa Tecla?! Terá o miúdo, ou os toxicodependentes de Braga, de ir à Galiza comprar o que lhes falta em Santa Tecla?... Claro que não! Esperemos… Ou talvez este miúdo não seja de Santa Tecla! Talvez seja de outro bairro de Braga, onde, nesse sim, não há droga. Talvez o miúdo se tenha infiltrado na manifestação e feito à fotografia só para irritar os de Santa Tecla... Ou talvez não. Talvez o que devesse estar ali escrito fosse outra coisa...O que seria para estar escrito no tal cartaz talvez fosse “Não à droga no nosso bairro”. Mas sem o Agá do verbo haver, naturalmente. Não à droga… o “à”, aqui é a contracção da preposição "a" com o artigo definido "a", no caso. Se fosse "o" seria, por exemplo, não ao analfabetismo. Por exemplo.
Portanto, pode ser que não seja só o flagelo da droga, o que assola o bairro de Santa Tecla. Que, droga, apesar do cartaz, parece que não falta em Santa Tecla. O que falta é alguém que – com alguma boa vontade – avise estes miúdos que a língua portuguesa tem destas coisas… e que, ainda mais com fotógrafos à vista, seria só questão de riscar – à pressa que fosse – o H intruso… À pressa! Sem agá, que, e o problema se calhar até é esse… há pressa. E por haver tanta pressa, é que às vezes se cai em esparrelas destas.
Que depois a pessoa cresce e vai-se acostumando e depois para corrigir a mão torna-se mais complicado. Depois… pode ser já tarde demais.
Ainda no JN fala-se da crise do sector da média e da comunicação social. Foi essa uma das conclusões da Conferência, que ontem encerrou trabalhos na Universidade Católica em Lisboa. O Jornalista do JN cita Paulo Faustino, autor de um estudo onde se conclui que a crise se revela em aspectos como a fragmentação dos públicos e a "perca" de influência da imprensa. É assim que está aqui escrito.! A perca de influência…
Pois seja. Sigamos o cherne!

Vem no Financial Times e o Público transcreve-lhe o essencial.
E o essencial é que a Pepsi e Coca-cola vão acabar com a publicidade dirigida a menores de 12 anos. Dizem que é a forma de ajudar a combater a obesidade infantil. A verdade é que os menores de 12 anos dificilmente têm dinheiro próprio para comprar pepsis ou o que seja. A menos que os pais, ou um irmão mais velho lhes financie a compra. Mas também é verdade que para muita gente é mais fácil dizer manda lá vir uma cola para a criança, do que explicar à criança que há alternativas tão refrescantes como a coca-cola e muito mais saudáveis. É verdade também que se deve tornar ainda mais trabalhoso explicar à criança porque é que não pode beber coca-cola quando o resto da família o faz sem constrangimento…

Adiante.
O Banco Mundial não vai ajudar as vítimas. As vítimas do ciclone na Birmânia. Será que o Banco Mundial foi à falência?!... Não. O que acontece – conta o Jornal de Notícias – é que o Banco Mundial está de relações cortadas com a Junta militar, que governa a Birmânia, aliás Myanmar. Uma situação que se arrasta desde 98. Assim mesmo e só por isso.
Foi o próprio director executivo quem o disse, ontem, em Singapura. O Banco Mundial mantém a política de não oferecer dinheiro aos países que não pagam as suas dívidas. Isto, apesar – disse-o – apesar e mesmo considerando as questões humanitárias e as vítimas registadas. E das vítimas, os números falam em 78 mil mortos, 56 mil desaparecidos e 2 milhões e meio de desalojados.
Problema deles. Para o Banco Mundial a questão nem é sequer estar a ajudar um país governado por uma Junta militar repressiva e prepotente. Que já não era, como se viu, sequer ajudar a população civil… Que não tem culpa da Junta que tem e que foi dizimada pelo ciclone. A questão aqui é muito mais simples. Terrivelmente mais simples. O Banco Mundial não dá dinheiro a quem tem contas em aberto. Ou seja, se a Junta militar pagar o que deve ao Banco Mundial, então talvez…
E depois… assim mesmo é que deve ser! Um Banco é onde se deposita o dinheiro, na esperança que nenhum ladrão no lo roube de debaixo do colchão da cama e na esperança também de que entretanto ele cresça um pouco à força de juros e assim… Isso é o mais simples e elementar que um Banco pode fazer e para o que foi criado. E mesmo quando o Banco abre os cordões à bolsa e empresta algum dinheiro a alguém, faz questão, à partida, de saber se a pessoa tem capacidade para pagar, com os devidos juros, claro, o dinheiro emprestado. Tirando essa novidade extravagante do micro crédito, os Bancos tradicionais é assim que funcionam. Aceitam os depósitos de quem tem dinheiro para depositar… dinheiro que o Banco depois usa lá nos seus próprios negócios e investimentos. Dinheiro, que há-de entretanto gerar algum lucro, também para o depositante e original proprietário do depósito. Ou então empresta dinheiro a quem tem já, senão algo de seu, a garantia de que, se as coisas derem para o torto, o Banco não há-de ficar a perder.
Isso, os Bancos tradicionais já fazem. Agora, ajudar coitadinhos em dificuldades, é que por amor de Deus!... Um Banco é um Banco, não é a sopa do Sidónio. A sopinha dos pobres!...Ainda mais, o Banco Mundial! Francamente, uma coisa com aquela importância e com tantas responsabilidades. Por amor de Deus! Não! Claro que não! Claro que nunca! Olha a porra da conversa, não querem lá ver!

1 comentário:

Anónimo disse...

lololol amigo aos aninhos q isto aconteceu ,, granda tanga mxm do meu compadre é um galego aqui do bairro da tecla ,e sim o que ele quis dizer foi gozar ,ee dizer que nao havia droga no bairro da tecla ,,,loloolol cara pordre santa tecla ninguem gosta de nos, nos nao queremos saber