segunda-feira, 17 de março de 2008

E o “JN” faz – não diria um escândalo – mas a manchete desta segunda feira com a notícia da polémica. É assim que lhe chama: polémica. E grita: "Deputado beneficiou empresa que lhe paga."
Explica-se logo abaixo, que o deputado em causa é social-democrata e se chama Pereira Coelho e que, enquanto presidente de um organismo público, atribuiu mais de 500 mil euros de fundos europeus a um grupo privado, em que viria a trabalhar um ano depois.
Abre-se o jornal e fica-se a saber que o que está em causa é o programa Lusitanea, uma empreitada que haveria de ter sido sujeita a concurso público e não adjudicada directamente, como parece que foi o caso.
O contracto de adjudicação rendeu 700 mil euros à empresa onde, um ano depois, o deputado se ligaria profissionalmente.
Diz o jornal, que a Europa está desconfiada e pede explicações…
E nós por cá ficamos sem saber de que é que o jornal se queixa… do facto da empreitada ter sido feita à revelia de qualquer concurso público, ou do deputado ter acabado a trabalhar na tal empresa a quem adjudicou directa e alegadamente a empreitada. É que, neste segundo caso, o mais que se pode apontar é a visão de futuro do deputado!

Ora polémica a sério está a levantar a ideia deste inspector da Scotland Yard. Quer ele criar uma base de dados de ADN das crianças do 1º ciclo. Não todas, só aquelas que revelarem um comportamento mais instável, ou difícil, ou irrequieto…. Enfim e em poucas palavras – aquelas que possam eventualmente vir a desenvolver comportamentos desviantes ou criminosos.
Gary Pugh dirige o departamento de Ciências Forenses da Scotland Yard e acha que é necessário um debate sério e urgente sobre a matéria. Saber até onde o Reino Unido pode ir, na identificação de possíveis delinquentes. Diz que há provas científicas que garantem ser possível fazer essa despistagem logo a partir dos 5 anos de idade de uma criança… Diz que quanto mais cedo esses jovens futuros e eventuais alegados criminosos forem identificados tanto melhor para todos.
O inspector está consciente da controvérsia da proposta e sabe também que – a fazer-se – podemos ter um problema: é que as crianças indexadas nessa tal lista dos criminosos virtuais podem vir a ser discriminadas – um bocadito só que seja – pelos professores e colegas…
Dados concretos: a Inglaterra tem a maior base de dados de ADN da Europa, com 4 milhões e meio de indivíduos recenseados, mas a polícia acha ainda pouco. Desde 2004 qualquer cidadão, com mais de 10 anos e que seja detido, pode ser indexado nessa lista. Uma lista onde já está milhão e meio de nomes de pessoas entre os 10 e os 18 anos.

Ora, falamos portanto de gente que se porta mal… ou antes, de gente que pode vir a portar-se mal… se o ADN não engana… Há sempre também a hipótese das más companhias e más influências virem a ter um papel um pouco importante na matéria… Tanto, ou até pode ser que mais até que a própria herança genética… Dando mesmo de barato a máxima do bom selvagem ou a do padre Américo, que garantia não haver maus rapazes… mesmo assim , é bem possível que as influências externas… a chamada educação, por exemplo, tenha um bocado a ver com o futuro que espera a cada um…
Viramos a página do jornal e aterramos em plena cena do crime.
Em decúbito lateral, escondendo a cabeça com os braços, o homem encolhe-se em pânico evidente. O caso não é para menos. O outro ergue o machado acima da cabeça e tudo leva a crer que o golpe que se segue há de ser fatal. Todo o chão está já vermelho do sangue que há de jorrar depois do golpe criminoso. A cena é de um realismo bastante apreciável, tendo em conta que se trata de um jogo de computador.
Chama-se “Manhunt” e nem sabia que já tinha levantado esta polémica toda. “Censura perde batalha”… diz o titulo.
Temos portanto que o jogo em causa… “Manhunt 2” - portanto já houve uma 1ª edição… “Manhunt 2”, o videojogo começa a ser comercializado amanhã em Inglaterra, colocando fim à batalha judicial de 9 meses entre a Rockstar e os responsáveis pela classificação de videojogos. Ora sendo assim, conclui a legenda do jornal… “Manhunt 2” é só para adultos. E ainda bem… que para as crianças, nunca se sabe que danos é que jogos destes lhes poderiam fazer ao ADN…

Vem no Correio da Manhã e é forçosamente um bom sinal. Talvez até o melhor sinal do real pulsar da nação. Longe das depressões a que a alma lusitana tantas vezes cede. Longe de guerras e polémicas, tantas vezes descabidas e inúteis…
Pois tudo aconteceu ontem de manhã em Lisboa e tem o 1º ministro e o da das Obras Públicas como protagonistas.
Diz o Correio da Manhã que Sócrates prometera reagir ao chumbo do diploma de transferência da zona ribeirinha de Lisboa para a Câmara, decidido por Cavaco Silva, mas que, acabou passando a palavra a Mário Lino, para que o ministro explicasse o ponto da situação e real verdade dos factos…
O resto da notícia, para já, deixemos estar, porque o que importa é este pormenor que o jornal até puxa para título… é que Sócrates, ao passar a palavra para o ministro Mário Lino, ter-lhe-á chamado – em tom de brincadeira – explica o jornal e ainda bem que explica - chamou-lhe então José Sócrates a Mário Lino… Mário Jamé… Evocando, explica ainda o Correio da Manhã… evocando a frase Alcochete Jamais (leia-se “jamé”, à francesa), que Lino proferiu há tempos, a propósito da localização do futuro aeroporto internacional de Lisboa.

Ao que tudo indica, ou senão, a notícia deixa de fazer grande sentido - esta do Mário Jamé terá sido dita em público, durante um acto público e com a comunicação social a ouvir, para depois contar…
Ao que tudo indica, também, o ministro Mário Lino terá respondido ao vocativo e respondeu ao que se lhe pedia, o que para o caso, como já vimos e para já, deixemos estar. Porque o que realmente interessa aqui reter é esta bonomia… este tom descontraído e folgazão que só pode dar confiança e pensamentos positivos a toda a gente… E é assim mesmo que devia ser… os exemplos, os bons e os maus, claro – é de cima que hão-de vir, se se pretende boa safra… Sócrates ao chamar Mário Jamé a Mário Lino, revela uma certa… como dizer?... joie de vivre, de que todos nós precisamos, mais ainda, se calhar , do que de obras públicas, ou progresso social. Enfim a joie de vivre de Sócrates e o fair play de Mário Lino, já agora. E se me lembrasse de mais algum chavão em estrangeiro, garanto que era agora que aproveitava para o incluir aqui. Há que aproveitar a maré. Não é todos os dias que vemos os nossos governantes tão bem dispostos. Até estava quase a sugerir que daqui para a frente, ou só no próximo 10 de Junho, a tropa marchasse ao som do Glen Miller, em vez daquele 2 por 4 quadrado e sem swing. Nem que fosse só para experimentar. A ver se, depois não se haveria de dizer, como Sócrates, noutra ocasião… -Então que tal o 10 de Junho?... -Foi porreiro pá!

Há uma vaga impressão que fica a pairar nas nossas cabeças quando se pensa no assunto.
A de que há profissões que exigem ao profissional que as exerce, um pouco mais que a outro qualquer cidadão comum. Conduzir um automóvel é uma delas.
Vem isto a propósito e sem entrar em grande pormenores, da notícia do atropelamento, sábado passado, de quatro meninas, no Porto.
Foram atropeladas por um táxi, quando atravessavam a rua, diz que, fora da passadeira. Consta também que o táxi lhes acertou para se desviar de um outro automóvel que lhe apareceu sem pedir licença e desrespeitando a lei das prioridades.
Quatro meninas foram atropeladas e uma delas está em coma induzido e com prognóstico reservado.
Agora temos o pai do motorista do táxi a sair em defesa do filho, dizendo que apesar de ex toxicodependente e de ter sido mesmo detido, em tempos, por narco tráfico… isso são tudo águas passadas e agora o filho está, o que em gíria se diz: limpo. Há 4 anos já.
A verdade é que lhe foi feito – ao motorista – um teste de despistagem de estupefacientes e o resultado foi negativo. O mesmo não se pode dizer do teste de alcoolemia. Deu 0,92. Uma ligeira embriaguez… chamou-lhe o pai do taxista. Mais, logo a seguir voltaram a fazer-lhe o teste e os resultados tinham descido quase 0,12%.... O que, para o pai do taxista, denuncia que os balões do teste deviam estar avariados….
Diz a notícia, entretanto, que o taxista – que na altura do acidente fugiu, com medo de ser linchado pela população – ao ser apresentado na polícia, na esquadra da Campanhã, foi-lhe passada uma multa de 500 euros, pela tal ligeira alcoolemia e mandado para casa, sem que a carta de condução lhe tivesse sido apreendida, ou suspensa. Diz também a notícia – enfim, alega o pai do taxista – que ele vinha devagar, mas que bastava vir a 50 para projectar qualquer peão a 20 ou 30 metros em lhe acertando. Diz que vinha devagar e que foi a guinada para fugir a outro carro, o que fez o táxi acertar nas 4 crianças e atropelá-las.
O pai do taxista espera que os tribunais sejam sensíveis a estes argumentos e seja feita justiça.

E a tal vaga impressão de desconforto que vos falava ao princípio que não passa, hem?!...

É que depois temos este policia de Leiria que – ao que consta - acidentalmente disparou e matou um assaltante , anteontem de madrugada, numa fábrica abandonada do vale do Lena.
Os alegados ladrões não respeitaram a ordem da polícia e começaram a fugir, foi então que este agente disparou. Primeiro para o ar, depois, já durante a perseguição, um segundo tiro – este, diz que acidental…
Mas foi este 2º tiro que acertou e acabou por matar um dos assaltantes em fuga.
Ora temos agora um processo disciplinar interno em curso na PSP de Leiria e, diz o jornal, que o agente em causa vai continuar ao serviço enquanto as averiguações se fazem. Diz também que o agente em causa terá ficado "agastado com o sucedido". Este "agastado" vem com aspas no jornal, o que quer dizer que deve ter sido mesmo assim, que o polícia disse e falou sobre o assunto. Está a ser acompanhado por uma equipa de psicólogos, entretanto e, pelo menos nos próximos tempos, deverá ser afastado do serviço de patrulha…
Agora chegamos a este ponto curioso. Diz o jornal que o agente levava na mão uma pistola-metralhadora que pesa uns 4 quilos e que já tem 30 anos de vida e de serviço… Diz ainda que segundo os vários sindicatos de policia, esta arma de que se fala é uma arma instável e que deve ser empunhada firmemente com ambas as mãos… Diz o jornal que, o policia em causa, na altura levava uma lanterna numa das mãos e na outra a tal metralhadora instável…

Sorte não ter tido de fazer nenhuma chamada para a central, durante a perseguição, senão ainda a metralhadora começava a ter ideias e vontade próprias e quem sabe quem mais se teria aleijado durante o assalto frustrado.
É isso… a tal sensação esquisita. Deve ser de ser 2ª feira!

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