Ora bom, se há que começar por algum lado, comecemos por aqui.
Governo dá computadores aos advogados por 150 euros.
Essa agora!?... Computadores por 150 euros, só se forem computadores de brincar! Mas não. O que se passa é que, segundo o Diário de Notícias, o bastonário da Ordem propôs e o governo aceitou. Diz que, como o ministério da Educação já vai fazendo com os professores, também o ministério da Justiça vai lançar um programa de oferta de computadores portáteis, com acesso à Internet, a preços reduzidos, destinado a advogados de todo o País. Diz a notícia, que a iniciativa foi pensada, em princípio, para os jovens advogados em início de carreira, mas que o bastonário terá reivindicado a mesma regalia para todos. Mesmo para os que cobram 500 euros por consulta – sublinha o jornal.
O bastonário diz que a ideia foi dele próprio e que o Governo aceitou estender o benefício a todos, à semelhança do que já faz com os professores. Aqui, a comparação é de tal forma abusiva e fora de contexto, que nem merece comentário. Que professor factura 500 euros por aula, ou dia de trabalho, em Portugal?...
Pois, os computadores…
Vem no Correio da Manhã, o ataque à Internet de banda larga.
Essa é que não! Então e o nosso primeiro-ministro, que anda tão empenhado em alargar a banda a todo o país e agora vem não sei quem atacar a banda larga?!
Não sei quem, mas o jornal explica, que são as editoras discográficas nacionais, que dizem que as campanhas publicitárias e pacotes disponibilizados para aceder à Internet podem contribuir para a pirataria.
Na sequência da primeira condenação judicial de um utilizador, que foi apanhado com perto de centena e meia de ficheiros de música descarregados ilegalmente da Rede, os responsáveis da Associação Fonográfica Portuguesa e a Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos reclamam e condenam, eles também, as empresas e a publicidade, que fazem à rapidez da banda larga e à facilidade que ela permite, na descarga de ficheiros, legais, ou não…
Dizem os responsáveis da Indústria, que não podem deixar de “manifestar a sua preocupação pelos prejuízos e perigos em que podem incorrer os utilizadores de serviços da Internet.” Ora bem, desses perigos já todos sabem e mais ainda esse cidadão, que foi condenado no Algarve, por ter os tais ficheiros descarregados ilegalmente. Foi condenado a 3 meses de prisão, que só não vai cumprir, por ter o cadastro limpo…
A outra preocupação da Indústria, denunciada neste alerta, tem a ver com direitos de autor. Diz a Indústria, que a publicidade às vantagens e facilidades da banda larga e outros produtos de acesso à rede podem estar a facilitar a pirataria, contribuindo para “promover o desrespeito, por parte dos consumidores, no que toca aos direitos de propriedade intelectual.”
Ora aí está uma preocupação que lhes fica muitíssimo bem. Apesar de encobrir uma outra realidade. Primeiro: a parcela de direitos de autor é tão residual, no total do dinheiro movimentado pela Indústria Musical, que quase nem vale a pena a gente preocupar-se com isso. A Indústria, também não. Segundo: Se a Indústria se preocupa realmente com os autores portugueses pode começar por investir neles, incluindo-lhes as obras nos catálogos, sem ter de pedir licença aos êxitos pré-fabricados e com provas dadas no mercado internacional. Ou não se limitando a editar apenas os portugueses que não dão trabalho e se vendem sozinhos e sem surpresa. Mas fica-lhe bem. À Indústria, a puta da preocupação. Fica-lhe bem e soa bem e faz sentido. Quase tanto, como dizer que é urgente acabar com – por exemplo e absurdo – o Serviço Nacional de Saúde.
Por exemplo. Quem é que quer cidadãos cheios de saúde? E cheios de saúde para quê?!... Para assaltar quintais e roubar laranjas?... Para entrar pelas nossas janelas e levar os nossos filhos durante o sono, ou, pior que isso, roubar-nos a colecção completa dos discos do Elvis Presley e desaparecer pela chaminé, a rir que nem alarves e cheios de saúde?...
As toiradas! È capa do DN. Melhor, os maus-tratos a que os toiros são submetidos nas toiradas.
Ontem, o Tribunal Internacional dos Direitos dos Animais reuniu-se em Genebra e ditou a sentença de morte às toiradas. A acusação caiu sobre os governantes e chefes de estado, dos países onde se celebra a festa brava: Portugal, Espanha e França. Os 3 países e respectivos governantes foram acusados de maus-tratos e atentados contra os direitos dos animais. Mais de 50 crimes foram contabilizados pela Acusação, que pediu a intervenção do papa nesta matéria. Uma condenação papal deste tipo de crimes. Pediu-se também, ao Parlamento Europeu, que exija um referendo nos países onde se realizam toiradas. Um referendo que permita – citemos - “que a maioria das pessoas anti-corrida se possa exprimir” – fim de citação. E as outras também, presume-se. E já agora, vamos presumir só mais um bocadinho. Vamos supor que ganha o sim às toiradas…
Outra questão que fica em aberto. É esta. A noticia, no desenvolvimento que trás no interior do jornal, trás também uma fotografia a ilustrar a história. Expostas em frente à mesa corrida onde se sentam os juízes desta causa, estão as fotografias dos acusados… Jorge Sampaio e Durão Barroso, por Portugal. Estes dois, porque segundo a noticia, eram os responsáveis nacionais à altura dos factos (ou seja, supõe-se – da denúncia). E depois, Sarkozi e Fillon , pela França (portanto a lógica é: Chefe de Estado e primeiro ministro, no banco dos réus…) e José Luís Zapatero, por Espanha… Então, e o rei de Espanha?!! Porque não está lá também a fotografia de Juan Carlos príncipe de Bourbon e rei de Espanha? Foi julgado à revelia, ou simplesmente "no hay cojones"?!...
E de Genebra, ainda, desce a notícia de um desastre anunciado que afinal não se confirma.
O título do Público diz que, afinal, parece que a Terra não vai ser engolida por um buraco negro, produzido em Genebra! Ah bom… Diz que; parece que… a Terra não vai ser engolida. Parece…
É melhor ler com calma, que o assunto parece sério.
Está em construção, em Genebra, no sub solo, um acelerador de partículas poderosíssimo. Chamam-lhe super máquina e pista de corridas para partículas sub atómicas. Uma coisa de 27 quilómetros. É o LHC – ou seja, o Large Hadron Collider, máquina capaz de gerar níveis de energia nunca antes conseguidos por outras máquinas semelhantes e que vai permitir recriar as condições dos primórdios do Universo.
Entretanto, num tribunal do Havai, entrou uma acção para bloquear a entrada em funcionamento deste LHC. Teme-se que ele acabe por gerar um buraco negro, capaz de engolir Genebra e o resto da Suiça e a Europa e o resto do mundo. Os especialistas acham que, se os subscritores da denuncia estivessem mesmo convencidos do que afirmam, teriam ido mais longe, do que a simples acção judicial. Seja como for, há agora um relatório final, assinado pelo Instituto de Investigação Nuclear de Moscovo e de físicos do Laboratório Europeu de Física das Partículas, que é o laboratório responsável pela construção do engenho… que diz – o documento – que – citemos: "não há qualquer razão para recear as consequências de quaisquer novas partículas, ou formas de matéria imagináveis produzidas pelo Large Hadron Collider.”
Quanto ao fantasma do buraco negro… também não. Diz que não há riscos minimamente significativos para o nosso bem-estar.
É francamente tranquilizador ouvir uma coisa destas. Quase tão tranquilizador como saber, que a hipótese se chegou a pôr. Pelo menos ao ponto de justificar estas reuniões e declarações ao mais alto nível de especialidade e rigor científico. Pelo menos, ao ponto de não chegar dizer-se, que anda alguém a sonhar com ladrões e buracos negros.
É tranquilizador saber que não há riscos minimamente significativos, para o nosso bem-estar. De resto, a poder escolher o fim do mundo… Antes sugado por um buraco negro, para sabe-se lá que outra realidade paralela, do que afogado num novo dilúvio, ou consumido num qualquer Armagedon incendiário.
E agora, vendo bem, esta história do buraco negro, de ser sugado para o outro lado de não se sabe o quê... Será mesmo um susto, ou um insidioso e mal disfarçado desejo inconsciente colectivo?...
E só mais esta…
Vila Nova de Gaia vai ter uma espécie de Provedor da Praia… Diz assim, a noticia: “A zona costeira de Gaia vai contar com um Míster Orla Marítima, que irá coordenar os programas de desenvolvimento daquela área. O anúncio foi ontem feito por Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara. Disse o presidente que será uma personalidade de referência na região, com provas dadas e que trabalhará na dependência do presidente da Câmara.”
A Orla Marítima de Gaia agradece a boa nova e espera certamente que esta nova figura jurídica coordene todo o desenvolvimento daquela área em geral… agora, mais que isso e quanto ao futuro. Bom, isso, o míster é que sabe…
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