Vários tibetanos raparam o cabelo, como forma de protesto pacífico contra a China. Escreve o Público, nas centrais. Cabeças rapadas para dar nas vistas. O protesto é transnacional, por onde a chama olímpica tem passado, as manifestações têm – se sucedido, em protesto contra a política chinesa no Tibete e contra as violações dos direitos humanos dentro da própria China.
E podemos estar a ver muito mal a situação, mas a impressão que fica é a de que, nunca como agora, a chama haveria de arder com violência mesmo, para que não restassem dúvidas quanto ao espírito dos Jogos. Para que o exemplo iluminasse os homens, a começar pelos que têm responsabilidades políticas.
Em Londres tentou-se e em Paris os manifestantes conseguiram mesmo apagar o facho olímpico. Ironicamente, o gesto reflecte, mais que um protesto, a realidade dos factos. A extinção anunciada desse espírito de união, de celebração da vitória pessoal e colectiva sobre todas as barreiras. As que se vêem e as outras…
Os protestos são mais que legítimos, disso estaremos todos, ou quase todos de acordo. E ninguém põe em causa a autoridade que assiste aos populares, às organizações não governamentais, aos movimentos cívicos e de solidariedade, aos próprios cidadãos chineses e tibetanos de aproveitar a oportunidade para desinquietar as consciências e a própria normalidade dos Jogos Olímpicos. Houve quem o fizesse já, por razões idênticas durante os próprios Jogos, como os Panteras Negras, em 68, no México. Ou antes ainda e quase sem querer, Jesse Owens, em 36, subindo ao podium perante o olhar angustiado de Adolf Hitler. Já antes, em 33, o Comité Olímpico Internacional tinha tido muitas e sérias dúvidas quanto à Alemanha nazi ser a organizadora dos Jogos. Desde então, pouco se terá aprendido na matéria.
Porque a verdade, por difícil de tragar que seja, é esta; passados os Jogos, a China vai continuar a ocupar o Tibete e alegadamente a tratar mal os seus cidadãos portas adentro e o resto do mundo vai continuar a manter relações diplomáticas e comerciais e outras com Pequim e a receber com honras de estado os políticos chineses em visita oficial e a estender-lhes a mão e a passadeira sempre que cá vierem almoçar.
A verdade é que os Jogos Olímpicos se realizam de 4 em 4 anos e o mundo tem, todos os anos, 365 dias para fazer a vida negra ao governo chinês.
366, nos anos bissextos.
E podemos estar a ver muito mal a situação, mas a impressão que fica é a de que, nunca como agora, a chama haveria de arder com violência mesmo, para que não restassem dúvidas quanto ao espírito dos Jogos. Para que o exemplo iluminasse os homens, a começar pelos que têm responsabilidades políticas.
Em Londres tentou-se e em Paris os manifestantes conseguiram mesmo apagar o facho olímpico. Ironicamente, o gesto reflecte, mais que um protesto, a realidade dos factos. A extinção anunciada desse espírito de união, de celebração da vitória pessoal e colectiva sobre todas as barreiras. As que se vêem e as outras…
Os protestos são mais que legítimos, disso estaremos todos, ou quase todos de acordo. E ninguém põe em causa a autoridade que assiste aos populares, às organizações não governamentais, aos movimentos cívicos e de solidariedade, aos próprios cidadãos chineses e tibetanos de aproveitar a oportunidade para desinquietar as consciências e a própria normalidade dos Jogos Olímpicos. Houve quem o fizesse já, por razões idênticas durante os próprios Jogos, como os Panteras Negras, em 68, no México. Ou antes ainda e quase sem querer, Jesse Owens, em 36, subindo ao podium perante o olhar angustiado de Adolf Hitler. Já antes, em 33, o Comité Olímpico Internacional tinha tido muitas e sérias dúvidas quanto à Alemanha nazi ser a organizadora dos Jogos. Desde então, pouco se terá aprendido na matéria.
Porque a verdade, por difícil de tragar que seja, é esta; passados os Jogos, a China vai continuar a ocupar o Tibete e alegadamente a tratar mal os seus cidadãos portas adentro e o resto do mundo vai continuar a manter relações diplomáticas e comerciais e outras com Pequim e a receber com honras de estado os políticos chineses em visita oficial e a estender-lhes a mão e a passadeira sempre que cá vierem almoçar.
A verdade é que os Jogos Olímpicos se realizam de 4 em 4 anos e o mundo tem, todos os anos, 365 dias para fazer a vida negra ao governo chinês.
366, nos anos bissextos.
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