As palavras. As palavras têm significados próprios. Quando querem dizer alguma coisa, dizem. E dizendo, fazem por não deixar margem para dúvidas, sobre o que querem dizer. Tomemos o exemplo da palavra: Paleozóico. Diz o dicionário que paleozóico é um adjectivo relativo à era primária, ou paleozóica. Sendo a era paleozóica aquela era geológica, que sucede à proterozóica. Quanto à palavra, deriva do grego.
E isto tudo porque, esta terça feira, o “Diário de Notícias”, acompanhando o desenvolvimento da luta dos professores, reproduz, com sublinhado, duas páginas da ficha de avaliação de desempenho que, ao que parece, é um dos pomos de toda esta discórdia.
A legenda da fotografia alerta para, o que o jornal chama, “parâmetro de avaliação político”. E chama-lhe assim, porque, ao que consta, é assim que os próprios professores classificam algumas alíneas da tal ficha de avaliação. Vamos aos sublinhados.
A legenda explica que são critérios políticos, como os que o jornal sublinha, que obrigam os professores a calar a insatisfação, se não estiverem de acordo com as políticas de educação do Governo.
Isto é o que diz a legenda. O sublinhado o que diz, ou melhor, pergunta, é o seguinte: se o docente é visto como um factor condicionante da aprendizagem do aluno… Se for, a nota é zero.
Se o docente teve um papel neutro no processo de aprendizagem do educando… Se teve, a nota é três e meio…
E se o docente actuou de forma a ter um papel de incentivo no processo de aprendizagem do educando… aí a nota é 8 valores, ou 8 pontos, não sei.
Não sei, mas até aqui, parece quase lógico que, o professor que incentiva o processo de aprendizagem, mereça uma avaliação superior àquele que, não só não puxa, não desperta no aluno o gosto pelo saber e pelo aprender, como ainda se constitui como "factor condicionante da aprendizagem”.
Agora o outro ponto da discórdia.
Pergunta a ficha de avaliação se o docente verbaliza a sua insatisfação, ou satisfação, face a mudanças ocorridas no sistema educativo e ou na escola… Se o faz através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares… aí é um zero redondo.
Se verbaliza a insatisfação, ou satisfação, de forma serena e fundamentada através de críticas construtivas potenciadoras de reflexão… nesse caso é nota 7.
Em última hipótese, saber se a insatisfação, ou satisfação, se manifesta afirmando-se o docente como um agente de mudança, apresentando sugestões nos órgãos próprios, que visem a melhoria da qualidade do ensino e da educação que se pratica na escola. E esta é a postura que merece a nota máxima: 10 valores. E é isto.
Valoriza-se portanto quem se apresenta com uma postura pró activa. Sugerindo medidas que possam melhorar o funcionamento da escola e a qualidade do ensino. Isso, em desprimor da outra atitude de críticas destruidoras que possam destabilizar a escola e o trabalho dos colegas… Coisa estranha, esta!... Bizarra, quase.
É aqui que o jornal e, ao que parece, os professores vêem o tal juízo político. A alegada lei da rolha… E até podem ter toda a razão. Há mesmo quem defenda que tudo na vida do Homem é político. Se formos por aí, está tudo certo. Agora, se a intenção é denunciar uma perseguição, ou vigilância repressiva do livre pensamento… aí, teremos forçosamente de abrandar a marcha. Pelo menos, no que fica exposto e citado das tais fichas mal amadas, o único motivo de desconfiança que sobressalta é esse mesmo… o da desconfiança, ela própria. O de, quase historicamente, desconfiarmos sempre e à partida de quase tudo o que surge de novo, ou determinado por hierarquias superiores. Nesta última parte, a das hierarquias superiores, o de desafiar a autoridade…o comportamento é saudável e natural… mas, na adolescência! Depois, com a idade, costuma passar. Já quanto à primeira parte do enunciado – desconfiar de tudo o que soe a novidade – também já não é grande novidade! E já não é desde o velho do Restelo! Há quanto tempo é que isso já foi?...
Enfim, na mesma linha de frases sonantes e palavras redondas, diria que, em Portugal, a desconfiança é um comportamento talvez um pouco… paleozóico?!
E isto tudo porque, esta terça feira, o “Diário de Notícias”, acompanhando o desenvolvimento da luta dos professores, reproduz, com sublinhado, duas páginas da ficha de avaliação de desempenho que, ao que parece, é um dos pomos de toda esta discórdia.
A legenda da fotografia alerta para, o que o jornal chama, “parâmetro de avaliação político”. E chama-lhe assim, porque, ao que consta, é assim que os próprios professores classificam algumas alíneas da tal ficha de avaliação. Vamos aos sublinhados.
A legenda explica que são critérios políticos, como os que o jornal sublinha, que obrigam os professores a calar a insatisfação, se não estiverem de acordo com as políticas de educação do Governo.
Isto é o que diz a legenda. O sublinhado o que diz, ou melhor, pergunta, é o seguinte: se o docente é visto como um factor condicionante da aprendizagem do aluno… Se for, a nota é zero.
Se o docente teve um papel neutro no processo de aprendizagem do educando… Se teve, a nota é três e meio…
E se o docente actuou de forma a ter um papel de incentivo no processo de aprendizagem do educando… aí a nota é 8 valores, ou 8 pontos, não sei.
Não sei, mas até aqui, parece quase lógico que, o professor que incentiva o processo de aprendizagem, mereça uma avaliação superior àquele que, não só não puxa, não desperta no aluno o gosto pelo saber e pelo aprender, como ainda se constitui como "factor condicionante da aprendizagem”.
Agora o outro ponto da discórdia.
Pergunta a ficha de avaliação se o docente verbaliza a sua insatisfação, ou satisfação, face a mudanças ocorridas no sistema educativo e ou na escola… Se o faz através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares… aí é um zero redondo.
Se verbaliza a insatisfação, ou satisfação, de forma serena e fundamentada através de críticas construtivas potenciadoras de reflexão… nesse caso é nota 7.
Em última hipótese, saber se a insatisfação, ou satisfação, se manifesta afirmando-se o docente como um agente de mudança, apresentando sugestões nos órgãos próprios, que visem a melhoria da qualidade do ensino e da educação que se pratica na escola. E esta é a postura que merece a nota máxima: 10 valores. E é isto.
Valoriza-se portanto quem se apresenta com uma postura pró activa. Sugerindo medidas que possam melhorar o funcionamento da escola e a qualidade do ensino. Isso, em desprimor da outra atitude de críticas destruidoras que possam destabilizar a escola e o trabalho dos colegas… Coisa estranha, esta!... Bizarra, quase.
É aqui que o jornal e, ao que parece, os professores vêem o tal juízo político. A alegada lei da rolha… E até podem ter toda a razão. Há mesmo quem defenda que tudo na vida do Homem é político. Se formos por aí, está tudo certo. Agora, se a intenção é denunciar uma perseguição, ou vigilância repressiva do livre pensamento… aí, teremos forçosamente de abrandar a marcha. Pelo menos, no que fica exposto e citado das tais fichas mal amadas, o único motivo de desconfiança que sobressalta é esse mesmo… o da desconfiança, ela própria. O de, quase historicamente, desconfiarmos sempre e à partida de quase tudo o que surge de novo, ou determinado por hierarquias superiores. Nesta última parte, a das hierarquias superiores, o de desafiar a autoridade…o comportamento é saudável e natural… mas, na adolescência! Depois, com a idade, costuma passar. Já quanto à primeira parte do enunciado – desconfiar de tudo o que soe a novidade – também já não é grande novidade! E já não é desde o velho do Restelo! Há quanto tempo é que isso já foi?...
Enfim, na mesma linha de frases sonantes e palavras redondas, diria que, em Portugal, a desconfiança é um comportamento talvez um pouco… paleozóico?!
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