O tema é actual.
Ocupa pelo menos as duas páginas da respectiva secção do Diário de Notícias de hoje.
"Anti depressivos têm pouco ou nenhum efeito"… grita o título da notícia, como se soubesse que o assunto é sério . Avisa-se logo à entrada, que os medicamentos devem ser usados, sobretudo nos casos mais graves.
O ante-título explica entretanto que estamos a falar de um estudo – melhor - a análise de 47 estudos – que levou a Universidade de Hull, em Inglaterra, a concluir que os anti depressivos não são eficazes nos casos mais ligeiros da doença, acabando por ter um efeito semelhante ao de um placebo.
Ora aqui teremos forçosamente de parar. O medicamento em si pode não ter grande efeito real, físico ou químico no doente, mas, o segredo do placebo é justamente, não agredindo fisicamente o paciente, levá-lo à cura, por sugestão, em casos em que a doença é toda ela fruto de ordens disparatadas que o cérebro dá ao resto do corpo… Um processo idêntico, se quisermos, ao de certas curas milagrosas… Se falamos de eficácia… penso que ficamos eficazmente conversados.
Mas continuemos.
Ocupa pelo menos as duas páginas da respectiva secção do Diário de Notícias de hoje.
"Anti depressivos têm pouco ou nenhum efeito"… grita o título da notícia, como se soubesse que o assunto é sério . Avisa-se logo à entrada, que os medicamentos devem ser usados, sobretudo nos casos mais graves.
O ante-título explica entretanto que estamos a falar de um estudo – melhor - a análise de 47 estudos – que levou a Universidade de Hull, em Inglaterra, a concluir que os anti depressivos não são eficazes nos casos mais ligeiros da doença, acabando por ter um efeito semelhante ao de um placebo.
Ora aqui teremos forçosamente de parar. O medicamento em si pode não ter grande efeito real, físico ou químico no doente, mas, o segredo do placebo é justamente, não agredindo fisicamente o paciente, levá-lo à cura, por sugestão, em casos em que a doença é toda ela fruto de ordens disparatadas que o cérebro dá ao resto do corpo… Um processo idêntico, se quisermos, ao de certas curas milagrosas… Se falamos de eficácia… penso que ficamos eficazmente conversados.
Mas continuemos.
Escreve o “DN” que os médicos portugueses consideram que é pouco frequente dar-se anti depressivos a doentes ligeiros e que as práticas médicas vão de encontro ao estudo…
Ora isto dos anti depressivos começou a ganhar grande popularidade nos anos 80, quando apareceram no mercado produtos menos tóxicos e com menos efeitos secundários desagradáveis. Só no ano passado, os portugueses terão gasto mais de 100 milhões de euros em anti depressivos. Actualmente não se sabe quantos portugueses andam a comprimidos, embora, diz o “DN”, sejam as situações menos graves, as predominantes. E então em que é que ficamos?! Se é raro medicar-se depressões ligeiras com pastilhas, como é que o mercado é dominado justamente por essas patologias?!...
No Público, o título diz que nem mesmo o popular Prozac escapa ao labéu: “Prozac não é eficaz na maioria dos doentes de depressão”, diz o estudo e titula o Público.
O trabalho analisou tanto os resultados dos ensaios clínicos publicados, como outros que as empresas farmacêuticas não divulgaram. As empresas já criticaram o estudo… Umas dizem que o estudo não deve ser usado para alarmar os doentes. A fabricante do Prozac, por exemplo, diz que os estudos e a experiência demonstraram já que o medicamento é eficaz e um dos mais estudados, desde que foi sintetizado no laboratório, em 72. O curioso, neste caso, é que o Prozac era, no início, um medicamento para curar a tuberculose. Falhou na tuberculose, mas triunfou na depressão. Os anos 80 acabaram mesmo por consagrà-lo como campeão dos anti depressivos da moda. Jonhy Dep, o actor, toma Prozac; Winona Ryder, a actriz toma Prozac; Anna Nicole Smith, modelo e artista, também ela, à sua maneira e da sua própria arte, tomava Prozac. Tomava, que já não toma. Morreu disso, diz-se.
E se o "DN" não os referia, já o Público tem os números.
Ora isto dos anti depressivos começou a ganhar grande popularidade nos anos 80, quando apareceram no mercado produtos menos tóxicos e com menos efeitos secundários desagradáveis. Só no ano passado, os portugueses terão gasto mais de 100 milhões de euros em anti depressivos. Actualmente não se sabe quantos portugueses andam a comprimidos, embora, diz o “DN”, sejam as situações menos graves, as predominantes. E então em que é que ficamos?! Se é raro medicar-se depressões ligeiras com pastilhas, como é que o mercado é dominado justamente por essas patologias?!...
No Público, o título diz que nem mesmo o popular Prozac escapa ao labéu: “Prozac não é eficaz na maioria dos doentes de depressão”, diz o estudo e titula o Público.
O trabalho analisou tanto os resultados dos ensaios clínicos publicados, como outros que as empresas farmacêuticas não divulgaram. As empresas já criticaram o estudo… Umas dizem que o estudo não deve ser usado para alarmar os doentes. A fabricante do Prozac, por exemplo, diz que os estudos e a experiência demonstraram já que o medicamento é eficaz e um dos mais estudados, desde que foi sintetizado no laboratório, em 72. O curioso, neste caso, é que o Prozac era, no início, um medicamento para curar a tuberculose. Falhou na tuberculose, mas triunfou na depressão. Os anos 80 acabaram mesmo por consagrà-lo como campeão dos anti depressivos da moda. Jonhy Dep, o actor, toma Prozac; Winona Ryder, a actriz toma Prozac; Anna Nicole Smith, modelo e artista, também ela, à sua maneira e da sua própria arte, tomava Prozac. Tomava, que já não toma. Morreu disso, diz-se.
E se o "DN" não os referia, já o Público tem os números.
Em Portugal, há mais de 2 milhões de deprimidos, nos vários graus de depressão. Os números não são definitivos, já que muita gente sofre em silêncio.Mas não enganam, os números… Muito ou pouco deprimidos, e segundo dados do Infarmed, e depois de uma ligeira recessão, que já passou… a verdade é que se estão a vender umas 20 milhões de embalagens, em média por ano… entre ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, barbitúricos e anti depressivos em geral.
Volto ao “DN”, onde Marques Teixeira, presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, diz que, 8 em cada 10 casos são de depressão ligeira, casos portanto em que os anti depressivos seriam escusados, segundo o estudo de que falamos… O título garante que os médicos portugueses garantem também que é pouco frequente dar-se anti depressivos a doentes ligeiros…
E pode ser tudo verdade.
E pode ser mesmo tudo rigorosamente verdade.
E se repetirmos esta afirmação mais uma dezena e meia de vezes talvez acabemos por acreditar…
Acreditar que o Xanax é açúcar pilé, que o Lorenin é massapão, que o Lexotan é pastilha elástica para os nervos.
Volto ao “DN”, onde Marques Teixeira, presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, diz que, 8 em cada 10 casos são de depressão ligeira, casos portanto em que os anti depressivos seriam escusados, segundo o estudo de que falamos… O título garante que os médicos portugueses garantem também que é pouco frequente dar-se anti depressivos a doentes ligeiros…
E pode ser tudo verdade.
E pode ser mesmo tudo rigorosamente verdade.
E se repetirmos esta afirmação mais uma dezena e meia de vezes talvez acabemos por acreditar…
Acreditar que o Xanax é açúcar pilé, que o Lorenin é massapão, que o Lexotan é pastilha elástica para os nervos.
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