quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

nabos, crimes passionais e fé em deus

Ora bom, não o conheço pessoalmente e o que ele fez não se faz, mas, por qualquer obscura razão, dou comigo a simpatizar com ele. Assim mesmo à partida e naquela simpatia solidária, compassiva…
O facto é que o homem, ex funcionário dos correios de Gaia, está a responder pelo roubo de mais de 300 cheques da Segurança Social.
Em tribunal defendeu-se dizendo que andava de cabeça perdida. Perdida de amores. E como se isso não bastasse , perdida de amores por duas mulheres ao mesmo tempo. E – o Grand Finale! – as mulheres em causa eram irmãs e não o largavam.
Diz que nunca teve nenhum proveito financeiro com os roubos. Entregava os cheques às duas irmãs, que depois – segundo diz – iam à sua, delas, vida… Fala em chantagem. Chantagem emocional, supõe-se.
Garante que nem faz ideia de quanto terá sido o total do dinheiro desviado, mas os jornais falam em mais de cem mil euros, no período de 2 anos, entre 2001 e 2003…
Tudo isto é matéria da Justiça. Da Justiça dos homens… e que se faça.
O resto é outra matéria… é paixão… é matéria dos deuses.


E o Metro do Terreiro do Paço!
Diz que foi só uma gota e que é normal, nos primeiros tempos, os materiais terem este tipo de resposta, à medida que a obra se consolida. Os responsáveis da nova estação do Metro vieram tranquilizar a população, dizendo que essas gotinhas de água, que apareceram no tecto da estação, são coisa normal – ainda mais com estas chuvas recentes… coisa normal e sem alarme.
O engenheiro responsável, entrevistado pelos jornais, garantiu que não se trata de infiltrações coisa nenhuma, são fissuras normais…
As pessoas ficaram preocupadas –cita o 24 horas – mas há uma razão simples para essas gotinhas que pingam do tecto… é que, parte da estação ainda não foi impermeabilizada; coisa que está previsto ser feita agora e entretanto, ao mesmo tempo que se acabam também as obras e arranjos no exterior da estação…
Portanto, parece que a obra foi inaugurada e apesar de boa parte dela ter sido construída meio abaixo de água, ou por aí, há ainda uma parte que não está preparada para lidar com essa situação: a da aguinha, que , como se sabe, é substância para se infiltrar pelos espaços mais acanhados e insuspeitos.
A questão, neste caso, é que, mesmo sem chuva, o Tejo há-de continuar a correr com água suficiente para inundar uma estação, ou duas… se calhar até mesmo 3.

E esta história lembra-me uma outra, que me contaram aqui há uns anitos e que vendo ao preço a que a comprei.
Foi aquando da inauguração da estátua de Nuno Álvares, às portas do mosteiro da Batalha. Diziam na altura os habitantes da vila, que, na pressa da inauguração, tiveram de plantar nabos nos canteiros à volta, já que não houve tempo , ou dinheiro, ou disponibilidade, já não me lembro…para arrelvar o local.
Plantaram-se nabos de rama verde e viçosa. Depois da cerimónia e longe da vista dos notáveis e ilustres oficiantes da inauguração, lá se levantaram os nabitos e plantou a relva definitiva e restante verdura decorativa.
Enfim, é difícil acreditar no rigor histórico deste episódio. Vale como anedota e pouco mais. É bem mais que provável, que nada disto tenha acontecido realmente, mas era isto que se contava, na altura, na vila da Batalha…
E é bem mais que provável, que a verdadeira verdade, neste e noutros casos, não esteja no que realmente aconteceu, mas naquilo que fica para contar: uma cerimónia bonita, uma obra asseada, e um canteiro de nabos a celebrar o evento !


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