Assim mesmo, presto con fuoco! António Wagner Diniz, director da Escola de Música do Conservatório Nacional, diz que o que interessa à ministra da Educação é ter um milhão e setecentos mil jovens a cantar "Eu vi um Sapo", em vez de dezassete mil com formação de qualidade.
Ora tudo isto vem a propósito da recente decisão do Governo de "democratizar" – e as aspas vêm no texto do “24 Horas” – "democratizar", portanto, o ensino da música, tirando-a do Conservatório e levando-a para as escolas do ensino básico.
Ora bom, ponto primeiro: parte-se do princípio de que, futuramente, serão cantigas como a do sapo, que vão constar do reportório das aulas de iniciação musical nas escolas primárias. Essa e outras como essa. Excluindo a hipótese de que algum professor tente chamar a música por outras portas e travessas…
Adiante.
Depois, continua a notícia…adagio maestoso, que o Estado deixará de apoiar o ensino vocacionado e a formação individual, acabando com o ensino supletivo, que o mesmo é dizer, acabando com a possibilidade do aluno, que esteja a estudar numa escola regular, poder ter "apenas" aulas de música no Conservatório.
Ponto segundo: este “apenas”! Ter aulas “apenas” no Conservatório… Ter, seja o que for, apenas num sítio, à primeira, parece uma situação um pouco apertada nas mangas, mas enfim, também é a primeira vez que vejo aspas em democracia, como quem isola qualquer coisa da peste, ou do pouco próprio! …
Presto agitato, Wagner Diniz continua que, se a proposta do governo for avante, quem quiser ter aulas de qualidade terá de ir para o privado, vendo a despesa subir consideravelmente.
Ponto terceiro… muito breve este: elogio em causa própria é coisa que também deixa algumas dúvidas. Que é o que está a fazer o director da escola de música do conservatório. “Quem quiser ensino de qualidade”… pressupõe-se que não é na escola primária que o vai ter. Ou no Conservatório, ou numa outra qualquer escola especializada.
Diz a notícia que pais e alunos – da escola de música do conservatório, entenda-se - estão contra esta medida anunciada pelo Governo.
Ponto quarto: adagio affettuoso… nada leva a crer que, quem tem os filhos a estudar no Conservatório, seja obrigado a cancelar as matrículas e ir aprender música para a escola primária lá do bairro…
Mas a questão, continua Wagner Diniz, allegro vivace, é que assim , os dezassete mil alunos que actualmente frequentam os seis conservatórios que existem em Portugal, podem passar drasticamente para os mil e quinhentos! Isso pode eventualmente acontecer mas aqui, as notas em causa, têm obviamente a ver com outra música…
Mas voltemos ao sapo de que se falava ao princípio e citemos o professor Wagner Diniz: ”A ministra prefere ter um milhão e setecentos mil jovens no Estádio Nacional, a cantar o "Eu vi um sapo" do que dezassete mil com formação de qualidade”…
Ponto 5, moderato con amore: como é que o professor consegue sentar, ou mesmo em pé, pôr um milhão e setecentos mil jovens no Estádio Nacional!?...
Ponto 6, andante scherzando: com uma orquestração a preceito, quem me garante que este sapo não saltaria do charco, a que a grande música o condena, para – adagio maestoso – conquistar um lugar ao sol da Grande Música Clássica?!... Enfim, um clássico já ele é, à sua maneira, claro.
De resto… moderato cantabile, por mais que se queira e sonhe e se deseje um país de virtuosos, a verdade é que – alegro vivace – se o sapo da cantiga conseguir cativar um milhão e setecentas mil crianças para a Música – que ela é grande sempre, não se aflija Wagner Diniz– soa, assim à primeira, uma ideia interessante. Se os não conseguirmos enfiar todos juntos no Estádio Nacional, paciência. É pena, mas paciência. E é pena, porque haveria de ser coisa majestosa. Wagneriana, quase.
Ora tudo isto vem a propósito da recente decisão do Governo de "democratizar" – e as aspas vêm no texto do “24 Horas” – "democratizar", portanto, o ensino da música, tirando-a do Conservatório e levando-a para as escolas do ensino básico.
Ora bom, ponto primeiro: parte-se do princípio de que, futuramente, serão cantigas como a do sapo, que vão constar do reportório das aulas de iniciação musical nas escolas primárias. Essa e outras como essa. Excluindo a hipótese de que algum professor tente chamar a música por outras portas e travessas…
Adiante.
Depois, continua a notícia…adagio maestoso, que o Estado deixará de apoiar o ensino vocacionado e a formação individual, acabando com o ensino supletivo, que o mesmo é dizer, acabando com a possibilidade do aluno, que esteja a estudar numa escola regular, poder ter "apenas" aulas de música no Conservatório.
Ponto segundo: este “apenas”! Ter aulas “apenas” no Conservatório… Ter, seja o que for, apenas num sítio, à primeira, parece uma situação um pouco apertada nas mangas, mas enfim, também é a primeira vez que vejo aspas em democracia, como quem isola qualquer coisa da peste, ou do pouco próprio! …
Presto agitato, Wagner Diniz continua que, se a proposta do governo for avante, quem quiser ter aulas de qualidade terá de ir para o privado, vendo a despesa subir consideravelmente.
Ponto terceiro… muito breve este: elogio em causa própria é coisa que também deixa algumas dúvidas. Que é o que está a fazer o director da escola de música do conservatório. “Quem quiser ensino de qualidade”… pressupõe-se que não é na escola primária que o vai ter. Ou no Conservatório, ou numa outra qualquer escola especializada.
Diz a notícia que pais e alunos – da escola de música do conservatório, entenda-se - estão contra esta medida anunciada pelo Governo.
Ponto quarto: adagio affettuoso… nada leva a crer que, quem tem os filhos a estudar no Conservatório, seja obrigado a cancelar as matrículas e ir aprender música para a escola primária lá do bairro…
Mas a questão, continua Wagner Diniz, allegro vivace, é que assim , os dezassete mil alunos que actualmente frequentam os seis conservatórios que existem em Portugal, podem passar drasticamente para os mil e quinhentos! Isso pode eventualmente acontecer mas aqui, as notas em causa, têm obviamente a ver com outra música…
Mas voltemos ao sapo de que se falava ao princípio e citemos o professor Wagner Diniz: ”A ministra prefere ter um milhão e setecentos mil jovens no Estádio Nacional, a cantar o "Eu vi um sapo" do que dezassete mil com formação de qualidade”…
Ponto 5, moderato con amore: como é que o professor consegue sentar, ou mesmo em pé, pôr um milhão e setecentos mil jovens no Estádio Nacional!?...
Ponto 6, andante scherzando: com uma orquestração a preceito, quem me garante que este sapo não saltaria do charco, a que a grande música o condena, para – adagio maestoso – conquistar um lugar ao sol da Grande Música Clássica?!... Enfim, um clássico já ele é, à sua maneira, claro.
De resto… moderato cantabile, por mais que se queira e sonhe e se deseje um país de virtuosos, a verdade é que – alegro vivace – se o sapo da cantiga conseguir cativar um milhão e setecentas mil crianças para a Música – que ela é grande sempre, não se aflija Wagner Diniz– soa, assim à primeira, uma ideia interessante. Se os não conseguirmos enfiar todos juntos no Estádio Nacional, paciência. É pena, mas paciência. E é pena, porque haveria de ser coisa majestosa. Wagneriana, quase.
p.s.
devo confessar, já que estamos aqui só nós e estamos entre amigos, que me deu um prazer muito particular, ler esta crónica, esta manhã, na Antena 2, da RDP...
1 comentário:
os senhores ouvintes não replicaram??
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