Deus já não estav' a dar despacho à criação
e deu consigo a pensar com o seu botão
do umbigo, essa mística covinha:
“E se eu, mas é, dormisse uma sestinha…?”
Era domingo e estava tudo fechado,
por isso, deus deixou-se ficar deitado,
o dia todo; deitadinho no divã…
“pois sim, está bem, o mund' acaba-s' amanhã!,
que eu, estas coisas, na forma com' as entendo,
não é p’ra fazer… é mais para s’ir fazendo!”
e isto, claro que é escusado d' explicar
que não sou eu, isto é deus a falar !
E nesse dia, em que deus não quis cansar-se,
deixou o homem fazer merda até fartar-se
e na segunda, já depois de bem dormido,
deus acordou e ia morrendo: “’tou fodido!”
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