sexta-feira, 26 de maio de 2006

para o caso de eu morrer numa banheira...





quando eu morrer não haverá facas na cortina
nem a aflição de violinos lancinantes
bato c’os cornos fulminado numa esquina
e amanhã a vida segue como antes

e não será decerto crime violento
com a surpresa sanguinária de marat
dou quanto muito com os cornos no cimento
estrebucho uns dois minutos e já está

há-de ser já que a morte não a escolho
para ser uma morte ao meu tamanho
numa banheira de água bem desafogada

pode ser enquanto o diabo esfrega um olho
tanto faz se com sabão ou gel de banho
mas p’ra mim há-de ser coisa asseada

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