Ora, vem no Público, vem no DN e merece mesmo a manchete no Correio da Manhã de hoje. E diz a manchete: "Pedroso perde queixa da Casa Pia."
O que se passa é que Paulo Pedroso queria ver em tribunal, respondendo por crime de difamação, os 6 jovens, ex alunos da Casa Pia, que referiram, em julgamento, o nome do ex deputado socialista.
Explica o Público... "Seis jovens, todos ex alunos da Casa Pia, que acusaram o ex deputado socialista Paulo Pedroso de ter abusado sexualmente deles, não vão a julgamento, decidiu ontem o juiz de instrução". "Pedroso..." – continua o Público – "...resolveu avançar com acusação particular contra aqueles jovens, alegando que as declarações que prestaram em tribunal eram atentatórias – é já o jornal citando o ex deputado - "... eram atentatórias da sua honra e consideração". O juiz, como já se viu, não terá encontrado indícios da prática de nenhum desses alegados crimes – os de difamação e declarações falsas. Diz o Correio que Pedroso, no entender do juiz, não juntou prova que contrarie as acusações... e se bem se lembram, na altura, Pedroso foi acusado de 23 crimes de abusos sexuais, não tendo chegado a julgamento por decisão da juíza de instrução do processo, que sucedeu a Rui Teixeira, entretanto afastado do caso. Na altura, alegou-se igualmente falta de provas incriminatórias, para decretar a libertação de Paulo Pedroso. Também se devem recordar que, depois disso, o ex deputado pediu uma indemnização de 130 mil euros ao Estado português, pelo "erro grosseiro", que foi a decisão de Rui Teixeira, de lhe ordenar a prisão preventiva ... Na altura, a juíza do processo deu seguimento à queixa, mas o Ministério Público interpôs recurso e o processo ficou parado, há um ano já.
Mas vamos à notícia do dia. O juiz acaba de recusar a pretensão de Paulo Pedroso, de incriminar judicialmente os 6 ex alunos da Casa Pia, que teimam em querer envolvê-lo no escândalo dos abusos sexuais... E isto porque, segundo o juiz, Pedroso não apresentou prova que contrarie as afirmações dos jovens abusados. Segundo o despacho, apenas se limitou a dizer que os arguidos, neste caso os ex casapianos, mentiram, "no entanto não apresenta factos, nem qualquer prova nesse sentido e tal só por si é insuficiente para se concluir pela invericidade e falsidade das declarações prestadas" e ainda mais para se concluir, que as declarações prestadas terão visado atingir a honra e dignidade do queixoso.
Ora, assim sendo, a história repete-se! E a presumível inocência vence por falta de provas... Foi assim quando Pedroso foi libertado de prisão preventiva e poupado ao julgamento em curso e é de novo agora, assim também, quanto às acusações dos 6 ex casa-pianos. Enfim, repete-se com esta pequena variante. No primeiro caso , a falta de provas ditou a libertação do arguido , o da altura, Paulo Pedroso... E agora?... Não havendo prova consistente de que estes arguidos ( os ex casa-pianos) mentiram... o que fica a valer? O que disseram, presume-se. E o que disseram foi que Paulo Pedroso – numa linguagem crua e directa ao assunto – os terá violado.
Aliás, essa parece ser a única certeza do juiz do processo... que os alunos da Casa Pia foram violados. Por quem?... Enfim, isso talvez acabe por nunca se saber, em bom rigor e plena verdade...
Por uma razão, que se revela cada vez mais evidente... a da falta de provas!
E p’lo que fica dito e p’lo andar da carruagem... talvez que a culpa não morra solteira, apesar de tudo... talvez morra viúva.
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