A manchete, no Diário de Notícias, diz que o padre Feytor Pinto acha que na Igreja há algumas vozes retrógradas sobre sexualidade… explica-se depois, em subtítulo, que o padre Feytor Pinto quer formação de pais e jovens.
O resto vem na página 13. Vamos lá então.
Aqui é em ante-título, que o padre Feytor Pinto é citado… diz que há muitos padres que não abordam a educação sexual. E, se já reparam, a notícia começa a ficar estranha… Como se pode falar de vozes retrógradas, quando se admite que há quem nem aborde a questão?! Se não falam do assunto, não são vozes retrógradas… são vozes caladas. Mudas. Ou porque não têm opinião formada, ou porque não lhes apetece falar sobre o assunto, ou seja lá porque for, mas, para todos os efeitos práticos, se uma pessoa não fala sobre um assunto, dificilmente se conclui o que ela realmente pensa sobre a matéria. Por isso adiante, que foi o que o DN fez também…
As declarações do padre Feytor Pinto foram recolhidas na Figueira da Foz, ante ontem durante uma tertúlia organizado no casino da cidade. Disse então, o padre Feytor Pinto, que há tantos padres, que acham que não devem abordar estas questões, que têm medo de encarar o problema... Disse também, que essa é a luta que trava há 27 anos… Disse que, por causa disso, se especializou, trabalhou, para dizer aos padres, aos bispos, o que se deve fazer nesta área, extremamente importante para a educação das novas gerações…
Acontece que o padre Feytor Pinto dá entretanto formação a crianças e pais sobre sexualidade, na paróquia do Campo Grande, em Lisboa. Pelas razões que já vimos e porque acha que são os pais, quem precisa urgentemente de formação para assumirem a educação sexual dos filhos.
E tudo parece fazer sentido, se passarmos ao lado desta circunstância. Vamos a ver...
O padre Feytor Pinto acha que há algumas vozes retrógradas no seio da Igreja, quando se fala de sexualidade… e acha também que os pais portugueses é que precisam urgentemente de formação na matéria… ou como se dissesse: tenho o esquentador avariado, o melhor é mandar o frigorífico para arranjar.
O DN relembra entretanto que, estas conferências do casino da Figueira, vão já ficando conhecidas, por declarações “politicamente incorrectas” – o jornal chama-lhes assim. E invoca por exemplo a declaração de D. José Policarpo, acerca dos casamentos de católicas e muçulmanos ou as de D. Saraiva Martins que considerou a homossexualidade uma coisa anormal…
Pelo que fica exposto, dá ideia que seria bem mais fácil, se discutíssemos o sexo dos anjos…!
Sem comentários:
Enviar um comentário