quarta-feira, 25 de janeiro de 2006



O suspeito foi visto às 8 da tarde no marquês de pombal a comer pipocas



FUI P’RÓS COPOS
COM A MINHA TIA EM MARROCOS
HIP HOP
APANHÁMOS UMA CAMADA DE ESTAFILOCOCUS
HIP HOP
É O QUE FAZ O IR P’RÓS COPOS
É O QUE FAZ O IR P’RÓS COPOS
IR P’RÓS COPOS
COM A MINHA TIA EM MARROCOS



FUI À FEIRA
COM A MINHA AVÓ QUANDO ERA FREIRA
HIP HOP
FUI À FEIRA
E ELA COMIA QUE NEM UMA FRIEIRA
HIP HOP
SE NÃO LHE DOU COM UMA CADEIRA
AINDA ME TINHA REBENTADO
A MINHA AVÓ
QUANDO ERA FREIRA ERA UM TRATADO


FUI À PRAIA
COM A MINHA PRIMA SORAIA
HIP HOP
FUI À PRAIA
COM A MINHA PRIMA SORAIA
HIP HOP
NÃO HÁ VEZ QUE ELA NÃO SAIA
QUE A COISA NÃO DÊ RAIA
VEIO UM CÃO
E EM VEZ DE NO CHÃO
ELE FEZ NA SAIA


FUI À PRAÇA COM A MINHA VIZINHA DE BAIXO
HIP HOP
FUI À PRAÇA COM A MINHA VIZINHA DE BAIXO
HIP HOP
ELA A COMPRAR VINHOS FINOS
E EU NO TINTO DO CARTAXO
TAMBÉM NO FIM
NÃO A AJUDEI
A TRAZER OS SACOS

FUI AO CIRCO COM OS SOBRINHOS E A CUNHADA
HIP HOP
MUITO GIRO A MATINÉ FOI ANIMADA
HIP HOP
O LEÃO PICOU-LHE A MOSCA
E SALTOU PARA A BANCADA
FOI CUNHADA FOI SOBRINHOS SOBROU NADA

FUI À FESTA E FARTEI-ME DE DIVERTIR
FUI À FESTA E FARTEI-ME DE DIVERTIR
ARMOU-SE UMA CALDEIRADA
IA LEVANDO UMA FACADA
NÃO FOSSE ISSO
E AINDA HOJE
ME ESTAVA A RIR

*~*
júpiter. 26/4/90

parado na esquina
de um gesto suspenso
escutando em surdina
o som do silêncio
o poeta vê
no espanto da bruma
desenhar-se o contorno
de coisa nenhuma
*~*

saturno. 28/4/90

como flores
as palavras se desfolham
& o vento as leva
no ar fica a memória
o cheiro cada vez mais leve
que só a pele da alma
poderá reter eternamente
& das flores
o que fica?
as hastes secas
morte inglória de tudo o
que fica por dizer...
a palavra essencial
que o tempo
sem pudor
varrerá para o lixo
*~*

2 comentários:

Anónimo disse...

isto sim.... é poesia
aconselho vivamente uma incursão no mundo da trance

Anónimo disse...

bravo... grande blog